Menos
nocivo que o cigarro convencional, mas também polêmico, o cigarro eletrônico se
dissemina nos Estados Unidos e na Europa.
A
compra da Lorillard pela Reynolds, anunciada nesta semana, une duas das maiores
fabricantes de cigarros dos Estados Unidos. A aquisição chamou atenção para o
produto que alguns veem como a salvação da decadente indústria do fumo, o
cigarro eletrônico.
Menos
nocivo que o cigarro convencional, esse substituto tecnológico do cigarro vem
se disseminando com rapidez nos Estados Unidos. Lojas especializadas já
oferecem centenas de sabores diferentes como: banana, chocolate, gengibre e até
melancia.
O
cigarro eletrônico começou a ser produzido na China uma década atrás e apareceu
no mercado americano e europeu em 2007. Desde então, a disseminação desses vaporizadores pessoais (como também são
chamados) foi rápida.
Só
na Grã-Bretanha, o número de usuários triplicou nos últimos dois anos, de 700
mil para 2,1 milhões de pessoas, calcula a organização britânica Action on
Smoking and Health. Uma estimativa divulgada pela CNBC indica que, nos Estados
Unidos, esse mercado movimentou 1,7 bilhão de dólares em 2013.
No
Brasil, é proibido
No
Brasil, a venda de cigarros eletrônicos foi proibida pela Anvisa em 2009. A
agência alega que, além da nicotina, esses artefatos emitem substâncias que
também poderiam ser nocivas à saúde (nitrosamina e dietilenoglicol).
Mesmo
assim, podem-se encontrar alguns modelos à venda em sites como o Mercado Livre
e em algumas lojas online. Um kit com carregador, cigarro eletrônico e
cartuchos de líquido vaporizável custa de 70 a 300 reais.
Como
funciona
A
primeira geração de cigarros eletrônicos procurava imitar um cigarro
convencional ou, em alguns raros casos, um cachimbo. Alguns ainda são assim e
têm até um LED na ponta que simula a chama. Há também carregadores de bateria
em forma de maço de cigarro.
Mas
modelos mais recentes têm forma de tubo metálico, sem tanta semelhança visual
com um cigarro.
O
componente central desse artefato é o vaporizador. Nele, há uma resistência
elétrica alimentada a bateria. Ela se aquece e transforma em vapor um líquido
armazenado num cartucho substituível. É esse vapor que é aspirado pelo fumante.
O
líquido contém nicotina, aromatizantes e propilenoglicol, um composto orgânico
que funciona como solvente. Mas não contém as milhares de substâncias tóxicas
presentes na fumaça do tabaco.
Por
isso, embora não haja estudos extensos sobre isso, os cigarros eletrônicos são
considerados menos nocivos à saúde que os convencionais.
Deixar
de fumar
Como
a nicotina presente no vapor satisfaz o desejo de fumar, esse artefato pode ser
um caminho para quem quer abandonar o vício. Um estudo feito pela Universidade
de Londres mostrou que ele é mais eficaz, para isso, do que os adesivos e
chicletes de nicotina, como noticiou a BBC.
A
pesquisa analisou dados de 6 mil fumantes no Reino Unido. Metade deles haviam
experimentado o cigarro eletrônico, o que comprova a popularidade desse
artefato.
Entre
os que experimentaram, um quinto conseguiu parar de fumar graças à engenhoca. O
índice de sucesso é 60% maior que o de outros métodos para parar de fumar.
Riscos
à saúde
A
Food and Drug Administration (FDA), órgão americano equivalente à Anvisa, não
proíbe e nem fiscaliza a venda de cigarros eletrônicos. Mas a agência observa
que há problemas de qualidade nesses produtos que podem acarretar danos à saúde
dos consumidores.
Num
teste feito com uma amostra limitada de cigarros eletrônicos, a FDA encontrou
cartuchos com nível de nicotina diferente do anunciado. Alguns, descritos como
sem nicotina, na verdade continham essa substância.
Isso
é preocupante porque uma dose muito elevada de nicotina pode ser mortal. Além
disso, a FDA encontrou substâncias cancerígenas em amostras analisadas, ainda
que em quantidade muito menor que a observada em cigarros convencionais.
Em
abril, a FDA publicou uma proposta de nova regulamentação dos cigarros
eletrônicos, com controle da qualidade pela agência.
Fonte:
Exame
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