Prefeito busca a liberação das contas para pagar
a folha de servidores do mês de julho
"Estou de mão atadas.” A frase do
vice-prefeito de Umarizal, Marco Fernandes, que assumiu a Prefeitura depois do
afastamento do prefeito Carlindson Onofre Pereira de Melo, “Mano”, durante a
Operação Negociata, deflagrada pelo Ministério Público, no ultimo dia 29 de
julho, para apurar fraudes e desvio de recursos, reflete bem a situação
enfrentada por ele. Sem acesso às contas da Prefeitura nem a qualquer tipo de
recurso que possa garantir o funcionamento da administração municipal, Marcos
Fernandes diz que está apenas “pastoreando a Prefeitura”.
Empossado como prefeito de Umarizal no dia 31
de julho, ele chegou prometendo priorizar o pagamento da folha de pessoal e
manter os serviços essenciais funcionando normalmente, no entanto até agora ele
não conseguiu avançar nesse sentido. O prefeito recebeu a equipe de reportagem
do JORNAL DE FATO nesta terça-feira (4) em seu gabinete. Ele falou da situação
de dificuldade que vem enfrentando para tentar resolver a situação dos servidores
que chegam à Prefeitura em busca de uma solução sobre o pagamento dos salários.
“Levaram computadores, documentos, senhas e nós não temos acesso a nada.
Estamos procurando, através de nossa assessoria jurídica, viabilizar a
liberação das contas para que possamos pelo menos pagar a folha de julho“,
afirmou.
Marcos diz que diariamente tem ido à
Prefeitura para receber as pessoas e explicar a situação. “Desde que assumimos
a Prefeitura, estamos procurando resolver essa situação, mas os trâmites legais
levam tempo, e o que não temos é tempo, que como sabemos, a economia e o
comércio local dependem do pagamento dos servidores e fornecedores. Sem o
dinheiro dessas pessoas circulando, o comércio para, nada funciona por aqui.
Esperamos que até o final desta semana possamos resolver a situação.
Sobre boatos de que estava afastado de Mano
antes da operação, ele negou e disse que o grupo governista continua unido para
o bem de Umarizal. “Não teve nenhum afastamento político do nosso grupo.
Continuamos juntos”, afirmou.
Os vereadores que retomaram suas atividades
no dia de ontem também estão preocupados com a situação. “A Prefeitura e a
cidade de Umarizal não podem parar. A Justiça precisar resolver essa situação
para que a administração municipal possa ter continuidade e as pessoas voltem a
ter uma vida dentro da normalidade”, acrescentou a vereadora Neide Freitas.
Advogado de ex-prefeito aguarda julgamento de
habeas corpus
A reportagem procurou manter contato com o
prefeito afastado Carlindson Onofre, mas foi informada que ele foi orientado a
não prestar qualquer tipo de entrevista e se manter longe de agentes públicos e
todos os advogados envolvidos com as outras partes do processo.
Além do afastamento do prefeito, 17
promotores de justiça, delegados e agentes de Polícia Civil deram cumprimento a
15 mandados de apreensão, seis de prisão preventiva e três de condução
coercitiva (com o uso da força, se necessário) em Umarizal, Martins, Natal e
Parnamirim.
Entre os detidos estão o ex-prefeito de
Umarizal Rogério Fonseca e a sua mulher, Vilma Fernandes.
Em contato com a reportagem, o vereador
Armando Araújo, que é advogado e atua na defesa do ex-prefeito e sua esposa,
disse que embora tenha sido negado um pedido de liberação dos seus clientes, um
pedido de habeas corpus está aguardando julgamento para que Rogério Fonseca
possa deixar a prisão. “Além do pedido de habeas corpus, também estamos
trabalhando com outros mecanismos. Esperamos que até a próxima semana o habeas
corpus possa ser concedido para que Rogério possa retornar para casa”, disse
Armando Araújo.
Segundo ele, todos os prazos legais estão
sendo respeitados pela Justiça e os advogados estão empenhados em resolver essa
situação. “Esperamos que a situação possa ser esclarecida dentro do menos
espaço de tempo possível”, afirma.
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