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quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Marcos Fernandes diz que está “pastoreando a Prefeitura”

Prefeito busca a liberação das contas para pagar a folha de servidores do mês de julho
"Estou de mão atadas.” A frase do vice-prefeito de Umarizal, Marco Fernandes, que assumiu a Prefeitura depois do afastamento do prefeito Carlindson Onofre Pereira de Melo, “Mano”, durante a Operação Negociata, deflagrada pelo Ministério Público, no ultimo dia 29 de julho, para apurar fraudes e desvio de recursos, reflete bem a situação enfrentada por ele. Sem acesso às contas da Prefeitura nem a qualquer tipo de recurso que possa garantir o funcionamento da administração municipal, Marcos Fernandes diz que está apenas “pastoreando a Prefeitura”.

Empossado como prefeito de Umarizal no dia 31 de julho, ele chegou prometendo priorizar o pagamento da folha de pessoal e manter os serviços essenciais funcionando normalmente, no entanto até agora ele não conseguiu avançar nesse sentido. O prefeito recebeu a equipe de reportagem do JORNAL DE FATO nesta terça-feira (4) em seu gabinete. Ele falou da situação de dificuldade que vem enfrentando para tentar resolver a situação dos servidores que chegam à Prefeitura em busca de uma solução sobre o pagamento dos salários. “Levaram computadores, documentos, senhas e nós não temos acesso a nada. Estamos procurando, através de nossa assessoria jurídica, viabilizar a liberação das contas para que possamos pelo menos pagar a folha de julho“, afirmou.
Marcos diz que diariamente tem ido à Prefeitura para receber as pessoas e explicar a situação. “Desde que assumimos a Prefeitura, estamos procurando resolver essa situação, mas os trâmites legais levam tempo, e o que não temos é tempo, que como sabemos, a economia e o comércio local dependem do pagamento dos servidores e fornecedores. Sem o dinheiro dessas pessoas circulando, o comércio para, nada funciona por aqui. Esperamos que até o final desta semana possamos resolver a situação.
Sobre boatos de que estava afastado de Mano antes da operação, ele negou e disse que o grupo governista continua unido para o bem de Umarizal. “Não teve nenhum afastamento político do nosso grupo. Continuamos juntos”, afirmou.
Os vereadores que retomaram suas atividades no dia de ontem também estão preocupados com a situação. “A Prefeitura e a cidade de Umarizal não podem parar. A Justiça precisar resolver essa situação para que a administração municipal possa ter continuidade e as pessoas voltem a ter uma vida dentro da normalidade”, acrescentou a vereadora Neide Freitas.

Advogado de ex-prefeito aguarda julgamento de habeas corpus
A reportagem procurou manter contato com o prefeito afastado Carlindson Onofre, mas foi informada que ele foi orientado a não prestar qualquer tipo de entrevista e se manter longe de agentes públicos e todos os advogados envolvidos com as outras partes do processo.
Além do afastamento do prefeito, 17 promotores de justiça, delegados e agentes de Polícia Civil deram cumprimento a 15 mandados de apreensão, seis de prisão preventiva e três de condução coercitiva (com o uso da força, se necessário) em Umarizal, Martins, Natal e Parnamirim.
Entre os detidos estão o ex-prefeito de Umarizal Rogério Fonseca e a sua mulher, Vilma Fernandes.
Em contato com a reportagem, o vereador Armando Araújo, que é advogado e atua na defesa do ex-prefeito e sua esposa, disse que embora tenha sido negado um pedido de liberação dos seus clientes, um pedido de habeas corpus está aguardando julgamento para que Rogério Fonseca possa deixar a prisão. “Além do pedido de habeas corpus, também estamos trabalhando com outros mecanismos. Esperamos que até a próxima semana o habeas corpus possa ser concedido para que Rogério possa retornar para casa”, disse Armando Araújo.
Segundo ele, todos os prazos legais estão sendo respeitados pela Justiça e os advogados estão empenhados em resolver essa situação. “Esperamos que a situação possa ser esclarecida dentro do menos espaço de tempo possível”, afirma.

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