Pesquisa realizada pelos dois maiores sites
de pornografia da internet afirma que Brasil e Filipinas estão em primeiro
lugar em lista de consumo de conteúdo erótico pelas mulheres.
Nos dois países, 35% do consumo de
pornografia é realizado por mulheres e 65% pelos homens segundo o Pornhub e o
Redtube. A pesquisa, porém, é contestada por sites concorrentes. Um deles
afirma que não seria possível fazer esse tipo de medição.
A Argentina ficou em quarto lugar, com 30% e
o México em oitavo, com 28%. Esses países superaram a média mundial para
mulheres, de 24%.
Preferências
A pesquisa afirma ainda que as categorias
mais procuradas pelas mulheres que consomem pornografia na internet são
“lésbicas”, “trios” e “squirt” (ejaculação feminina). Elas também se interessam
em ver sexo entre homens gays.
O tempo em que cada um permanece nos sites
também foi medido. A média mundial é de10 minutos e 10 segundos para as
mulheres, e 9 minutos e 22 segundos para os homens.
Mas ainda que vários setores desta indústria
concordem que o consumo do produto entre as mulheres aumentou, alguns
produtores de pornografia com perspectiva feminina, como Erika Lust Film, dizem
que a sondagem do Pornhub e do Redtube não é científica e questionam os
resultados.
O Pornhub e o Redtube são dois sites de
internet que oferecem conteúdo pornô grátis – apesar de terem conteúdo
“premium” por meio de assinaturas. Eles atraem um tráfego de 40 milhões de
usuários únicos por mês.
Utilizando o que chamam de um “software
analítico”, fizeram uma recente atualização de uma investigação sobre as
preferências femininas intitulada: “O que as mulheres querem”.
A resposta, segundo a pesquisa, seriam cenas
lésbicas, sexo a três e uma categoria chamada “squirt” (ejaculação feminina).
Estes foram os termos usados em buscas por
conteúdo mais populares entre as mulheres no último ano, segundo o Pornhub.
Outros termos procurados são sexo oral, massagens e vídeos de celebridades.
A conclusão é que o número de mulheres que
entram nos sites triplo X aumentou e o que elas mais buscam nesses ambientes
são situações que reflitam o prazer feminino.
“Com certeza há um crescimento entre as
mulheres, porque as mulheres assistem pornografia, e toda a população mundial
consome mais”, disse à BBC Mundo Pablo Dobner, diretor executivo e cofundador
do Erika Lust Films, uma empresa baseada em Barcelona que produz conteúdo
adulto sob uma perspectiva feminina.
“Há uma demanda, mas a maioria das mulheres
quere algo muito mais sincero, limpo e sexualmente inteligente em relação ao
que é possível encontrar na maioria dos outros portais”, afirmou.
Ele chama de outros portais justamente sites
como Pornhub e Redtube, seus concorrentes diretos, que oferecem conteúdo
gratuito. O Erika Lust Films cobra pelo produto e estuda entrar em uma disputa
judicial com seus concorrentes.
Medição
Mencionada a possível disputa judicial,
Dobner argumenta que seus concorrentes não teriam como medir de forma precisa a
quantidade de pessoas que acessam seu site segundo o gênero do usuário.
Isso porque não é preciso escrever nome de
usuário nem criar uma senha. Segundo ele, mesmo se isso fosse necessário, ainda
assim não é possível ter certeza sobre o gênero do consumidor.
“Por isso, sua estimativa de quantos são
mulheres e quantos são homens no tráfego maciço que eles têm não está
comprovada”, afirmou.
“Se formos além da superfície do estudo não
encontramos nenhuma referência científica nem estatística. É a palavra deles,
sem embasamento técnico”.
Pablo Dobner alega que o único propósito do
estudo é promover os sites pornográficos gratuitos na internet. Todas as
estatísticas que mencionam são para favorecer o consumo e o tráfego em suas
páginas.
Também há uma polêmica relacionada ao tipo de
conteúdo que as mulheres preferem ver. Mas Dobner reconhece que as cenas de
sexo entre lésbicas são materiais com os quais elas podem se sentir mais
confortáveis – porque essas cenas mostram exclusivamente mulheres tendo prazer.
“As mulheres estão buscando mais prazer
feminino e reivindicando que o homem não é o único que tem de desfrutar do sexo
e que elas também querem sua parte do sexo recreativo, que esteve proibido para
elas por tanto tempo”.
Comida junk x gourmet
A empresa Erika Lust Films também não tem uma
base técnica para saber o que as mulheres gostam. Eles se focam em trabalhos
feitos por mulheres, que têm um mercado crescente.
A maioria das produções é pornô
heterossexual, e o site contabiliza10 mil visitas por dia.
Dobner afirmou que a intenção de sua empresa
é criar um nicho de entretenimento adulto com um produto mais assessível para
mulheres e casais. Ele compara o produto com o dos concorrentes em termos
gastronômicos.
Segundo ele, tanto em uma lanchonete como em
um restaurante de luxo “você come a comida pela boca”. “Mas a experiência é
outra. São coisas concebidas de maneira distinta”.
Uma leitora afimou à BBC Mundo pelo Facebook:
“Na minha opinião essa ideia de que nós não gostamos do mesmo tipo de pornô que
os homens e que precisamos de boa iluminação e de atores que se beijem muito é
um mito associado ao preconceito de que nós mulheres não entendemos o sexo sem
romantismo”.
Fonte: IG
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