As cenas no interior da Cadeia Publica de
Caraúbas são de horror, diz o advogado
Quatro detentos morreram e outros quatro
ficaram feridos no início da tarde deste domingo (16) durante rebelião no
presídio Provisório Manoel Alves Pessoa Neto, em Caraúbas. O Primeiro Comando
da Capital assumiu a autoria dos quatro homicídios, escrevendo, com sangue, na
parede das celas e corredores.
A informação foi confirmada pelo delegado
Erick Gomes.
Os mortos foram identificados como:
Antônio Edgleison de Souza;
Genilson Bezerra de Oliveira;
Gleidstone Clementino Araújo, de 35 anos;
João Paulo da Silva Dias.
As cenas no interior da Cadeia Publica de
Caraúbas são de horror, diz o advogado Gilvam Lira Pereira, da Comissão de
Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, de Mossoró.
Na descrição do ambiente, Gilvan Ferreira
informa que os presos destruíram as celas com muita facilidade (o que mostra a
fragilidade do presídio), quebraram cadeados (mais de 15) e arrancaram os
presos dentro da cela e mataram com pauladas, barras de ferros.
Em seguida, os presos escreveram nas paredes
com sangue dos presos 1533 PCC. 1533, observado na ordem alfabética. O 15 é a
décima quinta letra do alfabeto e 3 é o C.
Segundo o delegado Erick Gomes, uma discussão
entre as facções Primeiro Comando da Capital (PCC) e Sindicato do RN teria sido
o estopim da rebelião.
“Rai Bezerra de Menezes, de 20 anos, que é do
PCC, pediu para ser levado para o setor de triagem e depois colocado em outro
pavilhão, que é contrado pelo Sindicato do RN.
Na cela dos presos do Sindicato do RN, Raí
Pereira foi agredido. Sabendo disso (ouviram os gritos), os demais integrantes
do PCC, que são maioria no presídio, quebraram os cadeados, atearam fogo em
colchões, e mataram os 4 membros do Sindicato do RN”, contou o delegado Erick
Gomes.
As vítimas foram feridas e mortas com pedaços
de ferro. Todos os mortos tiveram as cabeças esmagadas. Os quatro presos
espancados foram levados para receber cuidados médicos no Hospital Regional de
Caraúbas.
A situação no presídio só foi controlada após
a chegada da Polícia Militar de Apodi, Assu, Mossoró, Patu e Pau dos Ferros,
que foram acionadas para dar apoio a PM de Caraúbas na ação. Os próprios
detentos optaram por se acalmarem e a Policia Militar assumiram o controle da
situação.
Os detentos estão no pátio da unidade, sob a
custódia da polícia, e a direção do presídio aguarda a chegada do Instituto
Técnico e Científico de Polícia (ITEP) para fazer a remoção dos corpos.
Os feridos foram hospitalizados no Hospital
Regional Aguinaldo Pereira da Silva, de Caraúbas.
São eles:
Valdécio Henrique Câmara
Nelson Rodrigues Filho
Alexandre Felício
Francisco John Leno Sales de Oliveira
Atualmente, o presídio de Caraúbas possui 163
detentos, divididos em dois pavilhões.
O caso será investigado em inquérito policial
conduzido pelo delegado de Policia Civil Erick Gomes, da Delegacia de Caraúbas.
A remoção dos corpos para exames aconteceu no final da tarde pelos Instituto
Técnico-científico de Policia (ITEP), de Mossoró.
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