Victor Jonathan mora com a mãe e a irmã mais
nova em São Francisco do Oeste. Ele sofre de disritmia cerebral, transtorno que
atinge cerca de 5% da população mundial.
A rotina diária da dona de casa Gadriana
Medeiros Maia, de 30 anos, tem sido marcada pela luta para melhorar a saúde do
filho, Victor Jonathan, de 8 anos. O garoto tem uma doença rara que altera o
ritmo e a intensidade das ondas elétricas cerebrais, capazes de modificar o
estado da consciência e provocar alterações dos movimentos, convulsões e
inclusive transtornos emocionais e de conduta.
Victor Jonathan mora com a mãe e a irmã mais
nova em São Francisco do Oeste, município integrante da microrregião de Pau dos
Ferros. Ele sofre de disritmia cerebral, transtorno que atinge cerca de 5% da
população mundial, além de diabetes tipo I, que pode causar cegueira e até a
morte, se não for tratada.
O problema é que, os medicamentos para o
tratamento são caros, e a família humilde sobrevive apenas de um Programa do
Governo Federal, o Bolsa Família. Os remédios suficientes para um único mês,
custam em torno de R$ 1.400 e estão sendo adquiridos com o apoio de amigos,
vizinhos e familiares.
“É muito difícil. O que eu tô passando eu não
desejo nem para o meu pior inimigo. Minha família que se unem, minha madrinha
tem sido um grande braço. Em Natal, teve minhas primas que me ajudaram”,
destaca a mãe emocionada.
No início do mês, o garoto precisou tomar, em
Natal, duas vacinas importantes para o tratamento. Cada uma custava R$ 600. O
dinheiro para a compra foi adquirido através de uma campanha na cidade.
Segundo Gadriana, ao descobrir a doença do
filho há três meses, ela procurou a secretaria de saúde do município, que
informou que não poderia ajudá-la na aquisição dos medicamentos, porque que a
secretaria estava com uma dívida na farmácia.
“Eu até procurei a prefeita da cidade, que é
madrinha de Jonathan. Chorando, ela disse que ia me ajudar, mas até agora,
nada”, acrescentou.
Por telefone, o secretário municipal de
saúde, Francisco Edson, informou ao MOSSORÓ HOJE que têm contribuído com
passagens de ida e volta para Natal, exames laboratoriais e tomografias.
Sobre os medicamentos, Francisco confirmou
que tomou conhecimento do caso, mas que a mãe da criança precisa se dirigir até
a secretaria com as receitas médicas para que ele possa avaliar e fazer o
pedido.
“Ela precisa vir aqui com o receituário, só
assim é que vamos saber se podemos ou não ajudar. O problema é que ela nunca
chega aqui e esclarece aqui os fatos 100%, ela não deixa a gente ter acesso aos
receituários, para saber se a gente tem condições de ajudar”, frisou o
secretário.
Procurada pela reportagem, Gadriana rebateu a
declaração.
“Assim que eu descobri a doença do meu filho,
eu fui lá, levei todos os papeis, mas ele disse que não podia fazer nada. E
disse ainda que quem mandava lá era a prefeita”, revelou.
Devido à disritmia cerebral, sintomas como
dores de cabeça, baixa capacidade de memorização, dificuldade em aprender a ler
e crises epiléticas, são algumas das consequências que Jonathan precisa
aprender a conviver.
Além disso, por conta da diabetes tipo I, o
garoto precisa tomar insulina por toda a vida. Atualmente, o medicamento, que
custa R$ 1.200 por mês, é doado pelo dono da farmácia, que também é vereador do
município.
Indagada sobre como ela ver o futuro,
Gadriana não hesita e responde: “Eu tenho fé. Às vezes eu me pergunto, senhor
como é que eu vou resolver isso?, mas eu acredito que ele mostrará um jeito”.
Mossoró Hoje
Nenhum comentário:
Postar um comentário