O
deputado Ezequiel Ferreira de Souza, denunciado pelo Ministério Público por
suposta participação no esquema criminoso investigado pela operação Sinal
Fechado, usou a tribuna da Assembleia Legislativa para se defender das
acusações. Na manhã desta terça-feira (24), o presidente da Assembleia negou as
acusações de George Olímpio e garantiu que a dispensa de tramitação é uma
atividade corriqueira no Legislativo.
No
pronunciamento, Ezequiel confirmou que teve encontros com George Olímpio. No
entanto, segundo Ezequiel, os encontros para tratar da tramitação do projeto
que tratava sobre a inspeção veicular ocorreram sem a promessa de vantagens.
"Ao
longo dos meus mandatos, recebo e continuarei a receber todos os conterrâneos
que têm pleitos legítimos e que dependam da provação da Assembleia. Defendo
causas de interesses da sociedade, grupos diversos, trabalhadores, sindicatos e
empresários", disse Ezequiel Ferreira.
O
parlamentar citou como exemplos recentes de projetos que tiveram a dispensa de
tramitação a autorização de empréstimo por parte do Governo do Estado, o
aumento nos salários dos professores e até a criação de cargos dentro do
próprio Ministério Público. Segundo o deputado, em nenhum dos casos houve
ilação sobre recebimento de propina para a aprovação da matéria. "São
procedimentos normais e rotineiros", disse.
De
acordo com o parlamentar, apesar dos apelos de George Olímpio, a dispensa da
tramitação teve apoio unânime dos deputados após um ofício do Ministério
Público, assinado pela promotora Rossana Sudário, em que foi ressaltada a
importância da inspeção veicular.
"Depois
do pedido explícito e formal do MP, de audiências públicas, surgiria a dispensa
de tramitação, o que foi acolhido pelo colégio de Líderes. Só as mentes que
creem no fantástico podem supor que para isso um deputado, somente um, tivesse
recebido dinheiro. Para quê? Para cumprir a rotina que a AL costuma
cumprir?", questionou Ezequiel. Só essa lei precisou ser comprada? É
Fantástico", questionou o deputado.
Apartes
Durante
a sessão, todos os deputados presentes apartearam o presidente da Assembleia. A
forma e frequência com que os projetos têm tramitação dispensada, além de
depoimentos pessoais sobre a postura de Ezequiel, foram o foco principal dos
deputados.
"Nunca
vi nenhuma proposta de facilidade de ordem material para alguém concordar com
dispensa de tramitação de projetos", garantiu Getúlio Rêgo. "Essas
acusações ferem não só o deputado, mas também toda a Casa. "Não tenho
conhecimento algum de negociação em torno de lei, porque sei que isso não
existe aqui no poder legislativo. Nenhum de nós compactua com esse tipo de
coisa", garantiu Márcia Maia. "A praxe nessa Casa é a liberação da
tramitação", garantiu Kélps Lima.
O
deputado Ricardo Motta, que disputava o comando da AL com Ezequiel, também
aparteou o atual comandante da Casa. O parlamentar demonstrou apoio a Ezequiel
e garantiu apoio. "Quero externar nossa solidariedade e apoio a vossa
excelência. A amizade fraternal que une nossas famílias há 70 anos. Se vossa
excelência não tivesse o respeito e apoio de todos os 23 senhores deputados,
não teria sido eleito à unanimidade
presidente deste poder", disse Motta.
Ao
todo, apartearam Ezequiel 19 deputados: Gustavo Carvalho, Ricardo Motta,
Getúlio Rego, José Adécio, Kelps Lima, Agnelo Alves, Raimundo Fernandes, Tomba
Farias, Márcia Maia, Álvaro Dias, George Soares, Galeno Torquato, Jacó Jácome,
Albert Dickson, Fernando Mineiro, Nelter Queiroz, Carlos Augusto Maia, Dison
Lisboa e Hermano Morais.
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