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terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Grave: Indústrias do Rio Grande do Norte estão no limite do endividamento!

Sondagem de financiamento foi realizada pela Fiern, e preocupa o setor industrial.
A Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgaram a pesquisa sobre a Sondagem Especial realizada em julho de 2014. Segundo o levantamento, a necessidade de crédito se agrava mais em um cenário de dificuldades, o que se traduziu em aumento do endividamento das empresas potiguares.

Um dos dados mais alarmantes aponta que 50% das empresas encontram-se no limite ou acima do limite de endividamento, ou seja, não possuíam espaço para aumento no endividamento. A pesquisa foi feita com 81 empresas, sendo 53 das indústrias extrativas e de transformação e 28 da construção.

O presidente da Fiern, Amaro Sales, considera o resultado da sondagem como alarmante e é reflexo do cenário dos últimos oito anos do Brasil, fruto do baixo crescimento do país, da falta de capacidade do Governo Federal em domar a inflação, fazer investimentos e cortar os gastos públicos.

“O cenário que vemos hoje é de um parque fabril, muitas vezes, abandonado, com sucessivos prejuízos e o empresário só tem o financiamento como forma de continuar em atividade, embora já haja algumas empresas ‘quebrando’, em função principalmente do endividamento. Empresas que antes davam lucros, hoje amargam o prejuízo e são cada vez menos competitivas”, afirma Amaro Sales.

De acordo com a sondagem, a busca por linhas de financiamento proporciona não apenas a realização de novos investimentos, como também a operacionalização da empresa em situações de crise. A necessidade de crédito se agrava mais em um cenário de dificuldades, o que se traduziu em aumento do endividamento das empresas potiguares, conforme retratada na Sondagem Especial realizada pela FIERN/CNI em julho de 2014. As taxas de juros pagas pelas empresas por empréstimos de curto ou de longo prazo também aumentaram.

A dificuldade de acesso ao crédito – problema que se exacerbou ao longo de 2014, como se pôde constatar pelos indicadores avaliados trimestralmente na Sondagem Industrial – resultou em valores menores do que as empresas necessitavam e em prazos mais curtos dos créditos aprovados. Apesar da crescente procura por financiamento, as empresas enfrentam dificuldades com as exigências de documentos e renovação de cadastros. Além disso, as empresas se deparam com a inexistência de linhas de crédito adequadas às suas necessidades e com as exigências de garantias reais.

A principal dificuldade apontada foi a exigência de documentos e a renovação de cadastros, com 48% de assinalações das empresas que buscaram crédito no segundo trimestre. Em seguida, aparece a falta de linhas adequadas à necessidade da empresa, com 46% das citações, percentual maior que o observado em 2012 (40%). Em terceiro lugar figura as exigências de garantias reais, com 38% das indicações, mesmo percentual de assinalações observado no levantamento de 2012.

O levantamento aponta que o capital próprio manteve-se na liderança do ranking das formas de financiamento das empresas industriais potiguares, embora o percentual de respostas tenha caído de 69% em 2012 para 66% em 2014. Os empréstimos e financiamentos bancários continuam na segunda colocação, com 61% das indicações (contra 59% de 2012). Em terceiro lugar, aparece o crédito de fornecedores/clientes, com 35% das citações (contra 47% de 2012).

Além disso, 50% das empresas encontram-se no limite ou acima do limite de endividamento, ou seja, não possuíam espaço para aumento no endividamento. 29% das empresas encontravam-se abaixo do limite de endividamento (contra 43% da pesquisa de 2012). Apenas 9% afirmaram não possuir endividamento no segundo trimestre de 2014.

Entre as empresas que solicitaram crédito no segundo trimestre de 2014, a maior parte delas (57%) informou o que o valor aprovado foi igual ao que necessitavam (contra 47% do levantamento de 2012). Para 44% das empresas foi menor do que o necessário, enquanto 9% responderam que foi maior.

Entre os empresários que solicitaram e tiveram seu crédito aprovado, 59% afirmaram que o prazo dos empréstimos e financiamentos foi igual ao aplicado em 2013. Para 27% dos respondentes o prazo foi mais curto e 14% apontaram que o prazo foi mais longo. Percebe-se uma piora na percepção dos prazos dos créditos aprovados, em comparação à pesquisa realizada em 2012, quando 14% afirmaram que os prazos foram mais curtos que no ano anterior.

“Esses dados nos preocupam, porque é uma situação que tem se repetido ao longo dos últimos anos e o cenário atual não é nada promissor e otimista. Falta o governo federal ter um olhar diferenciado para a indústria. O Governo federal precisa desenvolver a indústria, através do financiamento dos juros, para que a indústria brasileira volte a crescer”, alerta Amaro Sales. Hoje, explica Amaro, o juro que se paga para investir é o mesmo para o capital de giro. “Isso é totalmente desistimulador”.

O presidente da Fiern conta que já se reuniu com o governador Robinson Faria – a quem entregou um documento “Mais RN”, que pensa o Estado para os próximos 30 anos – e está esperançoso quanto ao novo governo. “O governador está sensível a problemática da indústria potiguar, no sentido de atrair novas empresas e, principalmente, fortalecer as que já existem”.

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