Enterro
de Lourena Michele aconteceu na tarde de hoje em Pau dos Ferros.
O
corpo da enfermeira Lourena Michele Alves de Lima, de 22 anos, morta na
madrugada deste domingo (3) na queda de um avião monomotor sobre uma casa no
município de Balsas, no Maranhão, foi enterrado na tarde desta segunda-feira
(4), em Pau dos Ferros, na região Oeste potiguar. O marido dela, o piloto
Delano Martins Coelho, de 36 anos, e outras três pessoas também morreram. Todas
as vítimas estavam na aeronave.
Lourena
nasceu em Pau dos Ferros, onde se formou em Enfermagem. O corpo foi velado na
casa dos pais, no bairro Princesinha do Oeste. Amigos e familiares prestaram as
últimas homenagens à jovem, que vivia junto com o marido há pouco mais de um
ano no Maranhão.
De
acordo com Lizianne Paiva, enfermeira e amiga, Lourena era bastante
extrovertida. "Nos conhecemos desde o cursinho pré-vestibular e estudamos
juntas na UERN (Universidade Estadual do Rio Grande do Norte). Ela era uma
pessoa muito animada, querida, que tinha facilidade de fazer amigos. A gente
ficou muito triste quando soube dessa tragédia", lamentou.
A
amiga disse que conversou com os familiares de Lourena depois do acidente. Para
ela, ainda está sendo difícil aceitar o ocorrido. "Está todo mundo triste,
ainda sem acreditar no que aconteceu. Está complicado para os familiares e
amigos", disse.
'Motores
pararam de funcionar', diz delegado
Em
entrevista ao G1 na manhã desta segunda-feira (4), o delegado Eduardo Galvão,
que investiga a queda do avião, disse que acredita que a aeronave tenha tido
uma pane no ar. "Em conversa com as pessoas que presenciaram o momento do
acidente, soubemos que foi um momento angustiante, já que o avião planou no ar
e os motores, ao que tudo indica, pararam de funcionar e o avião desceu em silêncio.
A avaliação também se dá pela posição que as hélices se encontravam",
explicou.
Galvão
contou ainda que o tempo entre a decolagem e a queda do avião sobre a casa
durou menos de um minuto. "Estima-se que o avião demorou cerca de 35
segundos, no máximo, para decolar e ficou durante 10 segundos voando até o
motor dar pane. Ele desceu sem rotacionar, as hélices caíram e ficaram
paradas", contou.
Segundo
o delegado, a tragédia só não foi maior porque a fiação elétrica da rua
amorteceu a aeronave antes de ela cair. "Ao cair sobre a residência, a
fiação elétrica serviu como um amortecedor e fez com que o avião embicasse e
não caísse direto sobre a residência e destruísse tudo pela frente. Na rua
atrás da residência, funcionava uma feira de frutas, a feirinha do Dedé",
relatou, acrescentando que no momento do acidente, por volta de 5h, já havia
gente no local.
Transporte
de paciente
O
delegado Eduardo Galvão chamou atenção para o fato de o avião transportar uma
paciente sem estrutura adequada. A idosa Maria de Jesus Cruz e Silva estava
sendo transferida do Hospital São José, em Balsas, para um hospital em
Teresina, no Piauí.
"É
bom chamar atenção para o fato dos aviões que funcionam como taxi-lotação,
transportando gente doente para hospitais sem ter a estrutura adequada para
isso. Esse foi o caso do avião que caiu em Balsas, que teve os bancos retirados
para que a maca fosse encaixada, além de não ter o espaço correto para encaixar
o tanque de oxigênio da paciente, que os aviões próprios para isso têm”,
informou.
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