José
Dias afirma que vitória de Marina para presidente, “fecha as portas” para
Henrique em Brasília.
O
deputado estadual José Dias (PSD) afirmou que a intenção da candidata do PSB a
Presidência da República, Marina Silva, é extirpar o atual presidente da Câmara
dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, candidato do PMDB a governador do Rio
Grande do Norte, “extirpado” da cena política brasileira.
A
declaração de Dias ocorre um dia após a presidente estadual do PSB, Wilma de
Faria, aliada de Henrique nessas eleições, afirmar, em entrevista ao Jornal de
Hoje, que a candidatura de Marina cresce e crescerá ainda mais. “Marina
declarou nos jornais que, na nova política, não há espaço para políticos como
Sarney, Collor, Jarbas Barbalho, Eduardo Cunha e Henrique Eduardo. Esse povo todo,
Marina elencou como representantes daquilo que ela quer ver extirpado da política
brasileira”, afirmou Dilma.
Se
bom para Wilma, que disputa o Senado, a vitória de Marina, segundo José Dias,
seria péssima para Henrique, que faz campanha e marketing focado na ideia de
que sabe os caminhos e irá abrir as portas para o RN em Brasília. “Essas portas
que Henrique dizia que seriam abertas, para ele vão ser muito estreitas”,
afirmou.
Na
visão dele, a entrada de Marina na corrida sucessória e o desempenho da
ex-ministra do Meio Ambiente geram reflexos no Rio Grande do Norte negativos
para a candidatura de Henrique. “Acho que foi um tiro mortal no marketing do
acordão, cujo candidato propala que é o único que é capaz de trazer recursos
mirabolantes para o RN. Ora, ele estava contando isso na expectativa da eleição
tranquila da presidente Dilma. Hoje, com a perspectiva de Marina ganhar no
segundo turno, eu acredito que essas portas que ele dizia que estariam abertas
para ele, estariam totalmente fechadas”, disse.
Portanto,
a entrada de Marina altera o quadro sucessório no RN. “Se tivéssemos em bolsa
de valores, seria uma declaração relevante, que muda tudo. A alegação de que só
Henrique abre espaço em Brasília era, além de exclusivista, autoritária,
egoística e inverídica, porque ninguém tem força por si”, avalia José Dias.
Para ele, “Henrique desconhece que a força que qualquer político tem é a do
cargo e do povo. Porque o cargo é permanente, o povo é permanente, mas o
mandatário, que está ocupando o lugar por delegação do povo, é provisório”,
lembra, concluindo, em seguida: “Então, essa historia de que só eu tenho força
está mais para filme americano de herói, e não para o político. O político não
é o mandante, mas o mandatário. A grande dificuldade de Henrique será explicar
como vai ser a figura que chega a Brasília e a porta da Presidência da
República vai estar aberta para ele, como Irene chegando ao céu no poema de
Manuel Bandeira”.
“O
inverno russo da campanha do acordão já chegou”
O
deputado José Dias é crítico mordaz da campanha de Henrique ao governo do
Estado. Segundo ele, os acordos que o peemedebista tem feito para alcançar a
vitória eleitoral estão se voltando contra, vez que não estão sendo cumpridos.
“O que ele está prometendo não chegou. Os acordos que ele fez não chegaram. As
pessoas confessam, não temos a prova material, confessam em grau de confiança.
Mas é fato. Que hoje é corriqueiro”, diz.
José
Dias comenta declaração do ministro da Previdência, Garibaldi Filho (PMDB), que
disse que Henrique era corajoso demais ao assumir tantos compromissos.
“Independente de qualquer resultado de pesquisa, que não são evidentemente de
uma confiabilidade religiosa, eu acho que o inverno russo da campanha do
acordão já chegou. Isso se deve, na realidade, a um fator que o senador
Garibaldi, de forma muito espontânea, disse em Umarizal, e o JH repercutiu: que
achava que Henrique tinha uma coragem que ele não tinha de prometer o que não
podia cumprir. E a hora do cumprimento, da realização, chegou e o candidato falhou”.
INCOMPATIBILIDADES
Dias
registra outra declaração de Garibaldi, que afirmou que Henrique não tinha
disparado nas pesquisas porque os apoios das lideranças não tinham chegado ao
povo. “O que temos que desenvolver, é que chegar ao povo era impossível, porque
absolutamente contraditório. A memória do povo, dizem que é curta, mas não é
apagada totalmente. Toda a população do RN viveu os conflitos, as disputas, as
acusações, e olhe que as acusações que foram feitas por dona Wilma ao PMDB,
especialmente a Henrique, e ao próprio Garibaldi, em relação a Garibaldi
injustas, foram acusações muito graves. As acusações que o PMDB também levantou
contra dona Wilma, e não vou muito longe, na campanha de prefeito, foram de
forma tão virulenta, que ela teve que desaparecer da propaganda de Carlos
Eduardo, porque a presença dela estava contaminando a imagem de Carlos
Eduardo”, disse, se referindo à campanha de Hermano Morais (PMDB) contra Carlos
Eduardo em 2012. “Todos nós que lemos jornais, lembramos as manchetes de forma
até violenta, que a Tribuna divulgou em relação ao governo de dona Wilma. Então
não há como essa mensagem atual chegar ao publico de forma positiva. Está
pesando violentamente”.
Do JH
Nenhum comentário:
Postar um comentário