Ficha
já foi alvo de críticas da própria presidente, que, em 2009, escreveu uma carta
recusando a autenticidade do documento.
A
presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, foi ‘traída’ pela sua
própria campanha eleitoral. Isso porque um comercial de televisão de sua
campanha – divulgado nos últimos dias – reproduz uma ficha falsa da candidata,
compartilhada pela internet desde 2008. A ficha já foi alvo de críticas da
própria presidente, que, na época, escreveu uma carta recusando a autenticidade
do documento.
A
propaganda que reproduz a falsa ficha criminal foi divulgada pelos canais
oficiais de Dilma. Ela aparece por alguns segundos no comercial e também foi
reproduzida rapidamente no programa de estreia da candidata no horário
eleitoral.
Claramente
produzido em um computador atual, o documento foi compartilhado diversas vezes
nos últimos anos e ganhou notoriedade após ser publicado em uma entrevista no
jornal Folha de S.Paulo, em abril de 2009.
Ficha
falsa também foi reproduzida rapidamente no programa de estreia da candidata no
horário eleitoral
Na
época, Dilma enviou uma carta para a Folha, recusando a autenticidade do
documento, afirmando que não havia respondido pelos processos judiciais
descritos na ficha. Confira um trecho da carta, publicado no próprio jornal:
“Solicitei
formalmente os documentos sob a guarda do Arquivo Público de São Paulo que
dizem respeito a minha pessoa e, em especial, cópia da referida ficha. Na
pesquisa, não foi encontrada qualquer ficha com o rol de ações como a publicada
na edição de 5.abr.2009. Cabe destacar que os assaltos e ações armadas que constam
da ficha veiculada pela Folha de S. Paulo foram de responsabilidade de
organizações revolucionárias nas quais não militei. Além disso, elas ocorreram
em São Paulo em datas em que eu morava em Belo Horizonte ou no Rio de Janeiro.
Ressalte-se que todas essas ações foram objeto de processos judiciais nos quais
não fui indiciada e, portanto, não sofri qualquer condenação. Repito, sequer
fui interrogada, sob tortura ou não, sobre aqueles fatos. O mais grave é que o
jornal Folha de S.Paulo estampou na página A10, acompanhando o texto da
reportagem, uma ficha policial falsa sobre mim. Essa falsificação circula pelo
menos desde 30 de novembro do ano passado na internet, postada no site
www.ternuma.com.br (“terrorismo nunca mais”), atribuindo-me diversas ações que
não cometi e pelas quais nunca respondi, nem nos constantes interrogatórios,
nem nas sessões de tortura a que fui submetida quando fui presa pela ditadura.
Registre-se também que nunca fui denunciada ou processada pelos atos
mencionados na ficha falsa.
A
reportagem entrou em contato com o comitê de campanha da petista, que respondeu
que a imagem não tem caráter de documento nos vídeos. “A campanha utiliza a
imagem com recurso meramente ilustrativo e metafórico, sem qualquer referência
a seu conteúdo e sem tratá-lo como documento”, disse o comitê.
Fonte:
Terra
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