Recomendação foi enviada à Secretaria de
Segurança Pública e da Defesa Social e à Delegacia Geral de Polícia Civil, que
têm dois dias para informar se seguirão ou não a determinação
O promotor Wendell Beetoven Ribeiro Agra, da
19ª Promotoria de Justiça da Comarca de Natal, recomendou nesta quinta-feira,
4, que todo o efetivo da Polícia Civil do RN trabalhe neste final de semana nas
eleições gerais.
Texto nesse sentido foi enviado à Secretaria
de Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed) e à Delegacia Geral de Polícia
Civil. Agora, ambos os órgãos têm dois dias para informar se seguirão ou não a
determinação.
Por ela, os policiais civis já atuariam neste
sábado,6, iniciando em áreas sem reforço das forças armadas federais e da
Polícia Militar.
Ouvido pelo Agora RN na manhã desta
quinta-feira, o promotor Wendell Beetoven justificou que o reforço da Polícia
Civil seria um complemento importante, tendo em vista a atuação do crime
organizado nas eleições.
Pelo WhatsApp, ele escreveu o seguinte:
“O reforço das Forças Armadas é importante e
necessário, mas direcionado a algumas cidades do interior do estado. Os
militares federais têm uma atuação limitada à segurança da eleição, não se
envolvendo, nesse tipo de operação, na repressão à criminalidade comum – que
“não dá trégua” nem no período eleitoral. Por outro lado, com o deslocamento de
policiais militares da capital para o interior e com o emprego de parte da
tropa na segurança dos locais de votação e de apuração, é natural que diminua o
efetivo disponível para o patrulhamento de rotina e a repressão imediata aos
crimes comuns. Por isso, é necessário, neste final de semana, o emprego de
todas as forças policiais disponíveis, tanto estaduais quanto federais”.
Indagado se o reforço teria como foco
principal Natal, o promotor respondeu:
“Natal possui atualmente áreas sob forte
influência de facções criminosas já mapeadas pelas polícias militar e civil. O
receio é que, além dos crimes comuns que essas facções praticam no cotidiano,
os seus integrantes tentem, de alguma forma, coagir eleitores a votar ou não
votar em determinados candidatos. A presença ostensiva das forças policiais
nessas localidades é essencial para assegurar o voto livre e, portanto, o
exercício do dever democrático”.
Perguntado pela reportagem se dois dias não
seriam pouco tempo para que a Polícia Civil organizasse uma operação das
dimensões propostas pelo MP, o promotor afirmou o seguinte:
“A mobilização é possível. Muitos policiais
civis já foram, inclusive, mobilizados no Plano Operacional já estabelecido. A
recomendação visa aos demais, sobretudo os lotados nas delegacias de Natal e os
que trabalham em setores administrativos, que podem ser facilmente convocados
hoje e amanhã pelos respectivos chefes”.
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