Caso aconteceu em Natal na segunda-feira (8).
Secretaria Estadual de Saúde abriu sindicância para apurar o caso. Médica disse
que está arrependida e pediu desculpas.
A médica infectologista Tereza Dantas foi
afastada das atividades no Hospital Estadual Giselda Trigueiro, em Natal, após
rasgar a receita médica de um paciente de 72 anos que afirmou que votou em
Fernando Haddad para a presidência da República. Em entrevista ao G1 a médica
disse estar arrependida.
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde
Pública (Sesap) informou que vai abrir uma sindicância para apurar o caso e
tomar as medidas cabíveis. "A direção do Hospital Giselda Trigueiro
esclarece que esta não é uma conduta adotada pelo hospital, nem muito menos de
orientação da Sesap. A profissional ficará temporariamente afastada das
atividades", diz a nota.
Em entrevista ao G1, a médica declarou que se
arrependeu da atitude antes da repercussão do caso, ainda na segunda, e tentou
falar com o paciente, mas ele não a atendeu. "Eu pedi perdão a Deus e pedi
que ele me ajudasse a tirar de mim essa mágoa. Eu nunca gostei de extremismos e
estava me transformando em algo que não gosto. Não deveria ter feito isso, eu
sei. Agi por impulso e, por isso, peço desculpas", disse a profissional.
O
caso
O aposentado José Alves de Menezes contou que
a situação aconteceu na última segunda-feira (8), por volta das 7h30, quando
ele foi à unidade de saúde para pegar a receita de remédio que toma
diariamente. José disse que a médica o viu na unidade e pediu que ele
esperasse, dizendo que já sabia o que ele queria. Após chegar até ele com a
receita em mãos, perguntou em quem ele havia votado para presidente.
"Eu disse que votei no Haddad, ai ela
disse: 'pois então não dou mais a receita', e rasgou. Duas ou três pessoas
também viram. Respondi na inocência. Nem sabia quem era o candidato dela",
disse o aposentado. "Me senti ofendido. Passei vergonha na frente de todo
mundo. No início, achei que era brincadeira e até ri", acrescentou.
Após o fato, o paciente registrou queixa na
ouvidoria da unidade e fez um boletim de ocorrência na Polícia Civil. O caso
foi encaminhado para a Delegacia do Idoso.
G1
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