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sábado, 29 de outubro de 2011

Rosalba emite licença ambiental do dis- trito irrigado que os agricultores não querem

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A governadora Rosalba Ciarlini entregou ontem, em Mossoró, o licenciamento ambiental para o DNOCS construir o Distrito Irrigado na Chapada do Apodi, em benefício do agronegócio poluidor e contrariando aos interesses da agricultura respeitando a natureza.

Este Distrito Irrigado, que está orçado em quase R$ 300 milhões dos recursos do Governo Federal, contraria todos os interesses dos agricultores do município de Apodi, especialmente os que moram na região da Chapada.

“O temor e de perderem suas terras e serem explorados pelo agronegócio, pois é o que aconteceu em outras áreas Irrigadas do DNOCS”, escreve o geógrafo Agnaldo Fernandes. Além disto, ter a produção de mel prejudicada pelo agrotóxico.

“Além da Cadeia do Mel, tem a Destruição da Caatinga, da Criação de Caprinos e a expulsão de vários moradores da Região em benefício do agronegócio”, acrescenta Fernandes. Apodi é o segundo maior produtor de mel de abelha no País.

“O problema é a presença das Empresas do Agronegócio que irão "envenenar" os assentamentos do lado, prejudicando a cadeia do mel, a Caprinocultura e as experiências que deram certo no assentamento Milagre”, destaca Agnaldo Fernandes.

“Na verdade nem o Básico Funciona onde há os perímetros Irrigados do DNOCS, o que há de fato é trabalho em más condições de vida”, assegura o professor. Até trabalho escravo já foi flagrado pelo Ministério do Trabalho no Distrito Irrigado do Baixo-Açu.

“A degradação da Vida Humana é mais cruel do que qualquer outro ato. Não há um só Projeto do DNOCS funcionando de fato”, finaliza Agnaldo Fernandes, que conhece bem Apodi e também as outras regiões onde existem este tipo de distrito irrigado.

E não são só os homens que são contra o Distrito Irrigado autorizado pelo IDEMA para chapada do Apodi. A estudante de direito Kelly Regina, que já trabalhou em apicultura, teme a contaminação do solo da chapada, que segundo ela, é o 2º mais fértil do mundo.

No Ceará, bem perto de Apodi, centenas de famílias que moram perto dos Distritos Irrigados, são explorados pelo agronegócio poluidor e, sem opção, consomem água envenada causando sérios danos a saúde, conforme ficou comprovado na pesquisa da doutora Raquel Rigotto, da Universidade Federal do Ceará.

De modo que o suposto desenvolvimento econômico propiciado pelo agronegócio no  Distrito Irrigado imposto na Chapada em hipótese alguma supera o prejuízo ao município de Apodi. Vale a luta dos dos agricultores e também agricultoras da região.

Contra a vontade dos agricultores, o DNOCS vai construir um canal para transportar água da Barragem de Santa Cruz até a região da chapada, onde vai desapropriar mais de 300 pequenas propriedades e transformar no Distrito Irrigado para produzir com agrotóxico.

É estranha a imposição do DNOCS para instalar o Distrito Irrigado em Apodi igual aos que não funciona. Poderia fazer um distrito como o que existe em Alagoas, também do DNOCS, onde a produção respeita a natureza e é um exemplo de viabilidade econômica.

Chega a ser estranho o sorriso do presidente do DNOCS, Elias Fernandes, quando a governadora exibe o documento de licenciamento ambiental do Distrito Irrigado (foto).
 Com informações do Retrato do Oeste

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