Pedido foi apresentado junto com denúncia que
aponta prática de irregularidades pelo ex-deputado em financiamentos da Caixa
Econômica.
Ministério Público Federal do Rio Grande do
Norte entrou com um novo pedido de prisão contra o ex-deputado Henrique Alves
(PMDB). Segundo o MPF, ele segue “em articulação com os integrantes de seu
grupo político, por meio de seus familiares, e vem fazendo contatos com o
objetivo de ter sua prisão preventiva revogada, nas instâncias superiores do
Poder Judiciário, com base em influência e interferência política”. O pedido de
prisão foi feito junto com a apresentação da denúncia divulgada nesta
quarta-feira (29) contra Alves.
Henrique Alves já está preso desde junho, em
Natal, quando foi deflagrada pela Polícia Federal a Operação Manus, um
desdobramento da Operação Lava Jato que apura corrupção ativa e passiva e
lavagem de dinheiro na construção da Arena das Dunas, na capital potiguar.
Nesta quinta-feira (30), foi divulgada uma
denúncia do MPF contra o ex-deputado Henrique Alves, o ex-deputado Eduardo
Cunha (PMDB) e o ex-operador do PMDB Lúcio Funaro, além de outras cinco
pessoas.
Eles foram denunciados por lavagem de
dinheiro e corrupção passiva, em um suposto esquema de negociação da liberação
de financiamentos da Caixa Econômica Federal em troca de propina. Segundo o
MPF, o dinheiro sujo conseguido nas operações seria usado na campanha de
Henrique Alves ao Governo do Rio Grande do Norte, em 2014. O grupo teria
movimentado mais de R$ 4,2 milhões em propinas.
“A quantia nunca foi declarada à Justiça
Eleitoral e é fruto do esquema de corrupção e lavagem de dinheiro implantado
por Henrique Alves e Eduardo Cunha na Caixa Econômica, entre 2011 e 2015,
mediante a indicação de aliados políticos para altos cargos no banco, como
Fábio Ferreira Cleto e Geddel Vieira Lima”, afirma o Ministério Público Federal
em nota enviada à imprensa.
A defesa de Henrique Alves disse nesta quarta
(29) que só se pronunciaria a respeito da denúncia depois de ter acesso ao
documento. Nesta quinta (30), a reportagem não conseguiu contato com o
advogado.
Áudios
No dia 8 de novembro, o blog do Matheus
Leitão teve acesso a um relatório da Operação Manus que registra gravações
telefônicas, com autorização da Justiça, entre o senador Garibaldi e Laurita,
esposa de Henrique Eduardo Alves, e também com Larissa, filha do casal. A
partir destes áudios, a Polícia Federal passou a suspeitar que o senador
Garibaldi Alves e outros familiares do ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo
Alves, primo do parlamentar, buscaram ajuda do ex-presidente José Sarney para
tentar uma “soltura antecipada” do ex-presidente da Câmara dos Deputados.
G1
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