A
presidente Dilma Rousseff do PT e Aécio Neves do PSDB fizeram nesta
quinta-feira, nos estúdios do SBT, o debate mais agressivo da campanha com
ataques generalizados de ambos os lados, deixando as propostas de governo em
segundo plano.
No
confronto, Dilma lembrou, por exemplo, o episódio em que o tucano foi parado em
uma blitz da Lei Seca e se recusou a fazer o teste do bafômetro, e Aécio
afirmou que um irmão da presidente foi nomeado para trabalhar na prefeitura de
Belo Horizonte durante um governo do Partido dos Trabalhadores e não ia ao trabalho.
Os
candidatos se acusaram mutuamente de mentir e, ao final do debate, Dilma chegou
a se sentir mal e teve uma queda de pressão em um dia de forte calor em Osasco,
na Grande São Paulo, onde ocorreu o debate. Mas ela se recuperou rapidamente e
deixou
A
presidente acusou o PSDB de "ocultações" de provas, que teriam
impedido que o PT, ao chegar ao governo federal, investigasse denúncias de irregularidades
envolvendo os tucanos.
"Foram
as provas que vocês levaram e as ocultações que vocês fizeram que impedem uma
investigação maior", disse Dilma, ao responder Aécio, que havia
questionado a razão de os governos petistas não terem investigados denúncias
contra o governo anterior, emendo que ou não havia provas ou a presidente
"prevaricou".
Dilma
lembrou indiretamente o episódio em que Aécio foi parado por uma blitz da Lei
Seca no Rio de Janeiro e se negou a fazer o teste do bafômetro, alegando que
estava com a carteira de habilitação vencida.
"Não
é possível que a senhora queira vir aqui fazer a mais baixa das campanhas
eleitorais até aqui", disparou o tucano que cobrou que a presidente
tivesse "coragem" de fazer a pergunta diretamente. Ele reconheceu que
errou no episódio em que foi parado, negou que estivesse embriagado e se disse
arrependido de não ter feito o teste.
NEPOTISMO
E INFLAÇÃO
Assim
como no debate da TV Bandeirantes, Dilma voltou a acusar o adversário de
nepotismo quando governou Minas.
Ao
contrário do confronto anterior, quando não respondeu diretamente à presidente,
dessa vez Aécio afirmou que Igor Rousseff, irmão da petista, foi nomeado por um
cargo na prefeitura de Belo Horizonte, na gestão do petista Fernando Pimentel,
e recebeu sem trabalhar.
"A
diferença entre nós é que a minha irmã trabalha muito e não recebe nada, o seu
irmão recebe e não trabalha nada", disparou Aécio, afirmando que sua irmã,
Andrea Neves, o ajudou na área de comunicação do governo de Minas de forma
voluntária.
Em
um dos poucos momentos em que os dois adversários no segundo turno não trataram
de acusações, Dilma criticou a proposta de Aécio de reduzir a meta de inflação,
atualmente em 4,5 por cento com tolerância de 2 pontos, para 3 por cento ao
ano.
"Vocês
falam que querem fazer a inflação convergir para 3 por cento. É importante para
a dona de casa que está nos escutando, vou falar para ela. O que acontecerá se
a inflação for para 3 por cento? Nós vamos ter uma taxa de desemprego de 15
(por cento)", afirmou a presidente.
MINAS
GERAIS
O
Estado natal dos dois presidenciáveis voltou a ser tema do debate entre Dilma e
Aécio, com críticas da presidente aos dois mandatos que o tucano governou o
Estado e com o candidato do PSDB acusando a petista de desrespeitar os
mineiros.
"Pare
de ofender Minas Gerais, candidata", disparou Aécio ao responder as
acusações de nepotismo da presidente. O tucano chegou a ironizar a rival
afirmando que, "desempregada" a partir de janeiro ela poderia se
interessar em se candidatar ao governo de Minas.
A
presidente rebateu evocando a juventude dos dois.
"Não
coloque Minas Gerais como sendo sua... Se eu saí de Minas não foi para passear
no Rio de Janeiro, foi porque eu fui perseguida... Minas não se confunde com o
senhor."
Dilma
voltou a afirmar que os governos tucanos "engavetavam" denúncias, ao
que Aécio respondeu pedindo que a presidente não o medisse "com a sua
régua".
O
tucano também voltou a dizer que, no segundo turno da campanha, parecem haver
dois candidatos de oposição e acusou Dilma de não ter feito em quatro anos o
que vem propondo para um eventual segundo mandato.
msn
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