Para
candidato a vice-governador de Robinson Faria, isso é resultado do “desespero”
porque candidato do PMDB está perdendo a campanha.
O
vice-governador Robinson Faria rompeu com o governo Rosalba Ciarlini do DEM ainda
no primeiro ano de gestão da governadora, em 2011. Desde então, tem sido um dos
mais ácidos oposicionistas ao governo do Estado. Em linha inversa, o deputado
federal Henrique Alves lutou contra Rosalba na campanha de 2010, mas, em 2012,
após a saída de Robinson do governo, passou a apoiar Rosalba, inclusive
sugerindo a criação do Conselho Político, para que pudesse administrar o Estado
conjuntamente com a governadora.
Para
o deputado estadual Fabio Dantas (PC do B), Henrique associar Robinson a
Rosalba como tentativa de desgastar o adversário “é uma palhaçada” do deputado
com a sociedade, fruto do desespero de quem está perdendo a campanha, conforme
pesquisa Ibope que mostrou Robinson com 54% das intenções de voto e Henrique
com 46% – diferença de 8% ou 160 mil votos.
“Para
mim isso é uma palhaçada com a sociedade. O governo do acordão governou e
governa no governo Rosalba Ciarlini e quer se perpetuar no poder”, disse Fábio,
citando três casos de políticos do acordão que trabalham no governo Rosalba: o
líder do governo Rosalba, Getúlio Rego (DEM), correligionário de José Agripino
(DEM), que apoia Henrique; o secretário de Desenvolvimento, Silvio Torquato
(PMDB), irmão do peemedebista Elias Fernandes e tio do deputado estadual
Gustavo Fernandes (PMDB), correligionário e apoiador de Henrique; e a
secretária de Trabalho, Shyrley Targino (PR), correligionária do deputado
federal João Maia (PR), vice na chapa de Henrique.
“A
sociedade é muito inteligente. Botaram um programa com Robinson Faria com
Rosalba, que romperam há anos”, disse Fábio Dantas, destacando que, ao forjar
uma inverdade, a campanha de Henrique subestima a inteligência da sociedade e
do eleito. A própria Rosalba´, de acordo com Fábio, passou a ser vítima do
acordão no seu governo. “A governadora Rosalba foi mais uma pessoa que ficou
encurralada por esse acordão, porque, dentro desse governo, tem 19 órgãos e
secretarias governadas pelo acordão”, disse, sobre as pastas comandadas por
indicados do PMDB e do DEM.
OLIGARQUIAS
As
declarações de Fábio Dantas foram dadas em entrevista nesta manhã, ao “Jornal
da Cidade”, da FM 94. Na ocasião, ele afirmou que chegou a hora de a sociedade
dar um basta à presença de oligarquias na política do Rio Grande do Norte.
“Acho que nós precisamos acabar com isso, a sociedade cansou disso. Todos sabem
que, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, foi a primeira eleição de Aluizio
Alves, em 1945. De lá para cá, 70 e tantos anos de política, eles não estiveram
fora do poder”, afirmou, destacando que Henrique, pela inexpressividade dos
seus 44 anos de mandato como deputado federal, sequer deveria se candidatar à
reeleição, quiçá a governador do Estado.
“O
candidato do acordão passou 44 anos de mandato. Se eu fosse ele, com o trabalho
que ele tem com a sociedade nesses 44 anos, eu não teria sido candidato a
vice-governador não; eu nem teria coragem de ser candidato à reeleição de
deputado estadual. Porque não tenho trabalho para a sociedade, tenho muito blá,
blá, blá, muito discurso”, declarou Fábio, afirmando que os discursos de
Henrique “são todos fantasiosos”.
“Por
exemplo, a ZPE, desde que eu fui adolescente eu ouvia falar de ZPE, e nunca
saiu do papel. Henrique há pouco tempo trouxe um ministro aqui dizendo que iria
resolver o problema da saúde, foi no Walfredo Gurgel com os técnicos do
Ministério da Saúde, o que foi que aconteceu com a saúde? Nada. A segurança
pública do mesmo jeito. Agora, para mim, o maior exemplo de ineficiência,
inoperância, foi a questão do buraco lá de Mãe Luíza. Porque fizeram uma zoada,
trouxeram ministro, mas, está lá: não colocaram sequer um caminhão de brita
para diminuir os efeitos daquele problema, que é um problema que a sociedade
daquela região se desespera dia a dia”, completou.
Fakes:
“Inventaram um processo sem qualquer embasamento legal”
Fábio
Dantas questionou a ação de Henrique contra supostos fakes da campanha de
Robinson Faria. De acordo com o vice, estão confundindo perfis falsos com
anonimato. “No final do primeiro turno inventaram um processo sem qualquer
embasamento legal. Ao falar em fakes eles deveriam estudar mais um pouquinho a
legislação sobre fakes. O anonimato é uma coisa, já os fakes são outra. No
primeiro turno muitas pessoas, livremente, mostraram o seu repúdio e isso não
pode ser uma censura. Já no segundo turno eles criaram fakes para criticar de
forma mentirosa com pesquisas falsas, com matérias jornalísticas inexistentes.
No primeiro turno eles acusaram o site o RN em Verdade de colocar matérias
caluniosas. Sabe quais eram as matérias? Reportagens da Veja, Istoé,
reportagens nacionais. E, assim, a cada dia que se passa, o candidato volta à
velha prática do radicalismo e de mostrar que o Estado é dele e que o poder
econômico vai vencer a eleição”, disse Fábio.
Fábio
Dantas questionou a ideologia da adesão de vereadores de Natal à campanha de
Henrique, afirmando que parte dos vereadores responde à Operação Impacto. “Eu
vi uma figura essa semana, uma fotografia que me deixou muito triste: os
vereadores de Natal apoiando a candidatura dele Qual é a ideologia dessa
candidatura? Qual é o apoio desses candidatos? Muitos deles respondem na
Justiça por questões de investigações da Operação Impacto. A chapa do acordão é
a chapa de todas as operações policiais do Rio Grande do Norte juntas”, disse.
Fábio
finalizou afirmando que a sociedade vai saber julgar quem deve ter a chance de
governar. “Porque todos do acordão já tiveram a chance e fracassaram e nós
estamos nos colocando à disposição da sociedade. As acusações feitas no
primeiro turno, as acusações que pesam contra eles, quanto ao candidato a
governador, quanto ao vice, que responde a inúmeros escândalos, se fossem
contra nós, já teríamos pego prisão perpétua. Porque a força do poder deles é
tão grande que eles transformam uma história pequena, como aquela dos fakes, em
uma coisa tão grande que eu penso que eles querem calar todo mundo. O país
libertou-se há tantos anos e parece que o Rio Grande do Norte continua preso.
Eu quero ser um cidadão livre, poder votar e ser votado. Quero poder votar e
estar à disposição da sociedade para debater. Eu não quero disputar uma eleição
de w.o como os nossos opositores queriam. Então assim fico muito tranquilo em
saber que estou dando a minha contribuição com a democracia e espero entrar na
história do Rio Grande do Norte estando ao lado de Robinson, numa vitória que
vem de cada cidadão, da força do voto, da força do povo”.
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