Peemedebista
confirma que ficou “incomodado” com participação de Lula na campanha.
Após
44 anos na Câmara Federal, sendo os dois últimos como presidente da Casa
Legislativa, Henrique Eduardo Alves, do PMDB, negou que deverá assumir algum
ministério no segundo mandato de Dilma Rousseff, do PT, na Presidência da
República. Segundo o ainda deputado federal, a intenção é cuidar das empresas
da família e tentar circular mais pelo Rio Grande do Norte, Estado que ele
ficou longe, devido ao trabalho em Brasília.
“Vou
experimentar um pouco ser político e empresário. Vou fazer um pouco dos dois”,
afirmou Henrique Alves em entrevista ao portal de notícias UOL. A possibilidade
do presidente da Câmara Federal assumir um ministério no Governo Federal vem
sendo levantada desde o domingo, quando ele foi derrotado por Robinson Faria
(PSD) na disputa pelo Governo do Estado.
Contudo,
essa hipótese ganhou mais força quando o ministro da Previdência Social, Garibaldi
Alves Filho (PMDB), anunciou que deixaria o cargo no próximo ano. Primo de
Henrique, a saída de Garibaldi abriria espaço para uma nomeação do ex-candidato
ao Governo, que ainda é bem visto e exerce forte liderança entre os
peemedebistas, partido que divide com o PT a gestão federal.
Porém,
é bem verdade que a relação entre Dilma e Henrique nunca foi das melhores. Em
2013, o peemedebista chegou a ser apontado pelos jornais nacionais como um dos
motivadores de um rompimento entre as duas siglas e foi visto como um dos
“símbolos” do fisiologismo na Câmara Federal, com a troca de cargos pela
aprovação de matérias de interesse do Governo Federal. A crise, no entanto, foi
amenizada pelo próprio Henrique, que foi um dos defensores da manutenção da
aliança entre PT e PMDB na esfera federal, mesmo que ela não se repetisse no
Rio Grande do Norte – o PT ficou com o PSD e o PMDB, com PSB e PSDB.
E
o fato de lideranças nacionais petistas, como o ex-presidente Lula, ter pedido
voto para o adversário de Henrique no Rio Grande do Norte, acabou sendo um
ponto que causou real insatisfação do peemedebista. Segundo o UOL, inclusive,
Henrique disse ter ficado “surpreso” e “incomodado” com a gravação de Lula no
programa eleitoral de Robinson Faria. “Fui grande parceiro do presidente Lula,
muito importante para o seu governo. Na época em que ele era presidente, meu
partido tinha a maior bancada, eu era o líder. Conversamos muita coisa para
ajudar”, afirmou o ex-candidato ao UOL.
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