Robinson
cresceu no terreno fértil marcado pela insatisfação popular. Arregimentou um
exército voluntário, “caiu nas graças do povo”. A vitória
era questão de tempo.
Chega
ao final um dos embates eleitorais mais emocionantes da história recente do Rio
Grande do Norte. Com muitas lições absorvidas. A primeira delas é básica e
conhecida: Não há governador eleito de véspera.
A segunda é a repetição da tendência do eleitor potiguar de reagir
contra grandes estruturas e mostrar-se independente.
Há
três grandes vencedores nesta eleição. A senadora eleita Fatima Bezerra (PT), o
governador eleito Robinson Faria (PSD) e o seu vice eleito, deputado estadual
Fabio Dantas (PCdoB). Visionário na tomada de decisões, jogador de apostas
altas, “Fabinho” acreditou em Robinson quando sua eleição era vista como
“improvável”.
Numa
campanha de superação, Robinson teve a competência de sustentar a luta contra
tradicionais forças políticas, a paciência de esperar o seu momento quando
viveu a vitória de Fátima Bezerra no 1º turno e a frieza necessária para
enfrentar a dureza dos ataques que sofreu combatendo numa trincheira contra
velhos generais.
Com
11 mandatos de deputado federal, decano presidente do Congresso Nacional,
Henrique Alves (PMDB) reuniria, em tese, uma serie de atributos que lhe
renderiam consistência para a corrida eleitoral. Mas ele fez o mais difícil.
Cercou-se de gente acomodada e arrogante. Errou na mão do marketing no primeiro
e no segundo turno.
O
segundo turno foi marcado pela ampliação do distanciamento entre o candidato do
PMDB e seus liderados. Faltou atenção e respeito pelos apoiadores. É o que ouvi
a campanha inteira. De inúmeras lideranças, entre elas prefeitos respeitados
que não fariam o menor esforço porque sequer recebiam um telefonema de
Henrique.
Robinson
cresceu neste terreno fértil marcado pela insatisfação popular. Arregimentou um
exército voluntário, “caiu nas graças do povo”, como diz o jargão. A vitória
era questão de tempo. Sem compromissos ou amarras com estruturas tradicionais,
Robinson fincou bases valorizando cada apoio, não importando “tamanho” da
liderança.
Como
uma águia política, nadou de braçadas no vácuo aberto, foi humilde, trabalhou
com equipe de gente talentosa. Valorizou pessoas que foram desprezadas por muitos.
Essa turma deu sangue. Motivadas a mostrar seu valor, atuaram em diversas
funções da campanha. Foi esta a vitória da superação.
A
Robinson Faria, por quem tenho admiração pessoal, desejo boa sorte e sucesso.
Que Deus lhe dê a serenidade e sabedoria necessárias para enfrentar os desafios
que lhe serão impostos para realizar o seu desejo de transformar o RN num
Estado mais justo e desenvolvido.
Jean
Valério – Jornalista
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