Walter
Alves deverá ser o federal mais votado de sua coligação; Fábio Faria poderá ajudar a eleger
mais um federal; e Rafael Motta disputa liderança com Walter Alves.
O
cálculo não é nada simples, por isso, tem muito candidato e coligação fazendo
conta desde o início da campanha. Assim é a eleição proporcional que, neste
ano, vai eleger os oito deputados federais e os 24 deputados estaduais no RN. Isso porque, diferente da eleição majoritária, onde vence quem
tem mais voto, na disputa pelo legislativo, o eleito é aquele que fica melhor colocado
nas coligações. A expectativa é que o coeficiente
para federal seja de mais de 200 mil votos e o de estadual, em torno de 75 mil.
De
forma simplificada, o cálculo para se encontrar o coeficiente eleitoral é feito
com base no número de votos válidos de uma eleição (ou seja, a quantidade de
votantes, retirando os nulos e brancos). No Rio Grande do Norte, em 2010, os
votos validos foram 1.653.375 para federal e 1.722.118 para estadual. E como o
crescimento do eleitorado no Estado foi de menos de 4%, segundo dados de
Tribunal Regional Eleitoral (TRE), a expectativa é que os números fiquem
parecidos com relação ao último pleito.
Sendo
assim, espera-se que o coeficiente eleitoral fique em torno dos 210 mil votos
para a Câmara Federal, em Brasília, e 75 mil votos para a Assembleia
Legislativa. A projeção de quantos serão eleitos, no entanto, aí já é um
cálculo mais complicado e passa pela estimativa de votos dos principais nomes
na disputa.
Na
coligação para federal que apoia o candidato ao Governo do RN, Henrique Eduardo
Alves (PMDB), por exemplo, a expectativa é que sejam eleitos, pelo menos, seis
parlamentares. O próprio candidato a governador tem falado isso em seus
discursos, baseado na estimativa de votos dos principais nomes em disputa:
Walter Alves (PMDB), Felipe Maia (DEM), Zenaide Maia (PR) e Rafael Motta
(PROS).
Esses
seriam os responsáveis por “puxar” os demais candidatos, permitindo que um
número maior de cadeiras sejam ocupadas (das oito destinadas ao RN, eles querem
ficar com seis). No lado de Robinson Faria, candidato ao Governo pelo PSD, a
expectativa é que sejam, pelo menos, duas cadeiras (alguns acreditam em três).
Fábio Faria, do PSD, seria o responsável por puxar o grupo, tendo algo próximo
aos 200 mil votos.
Aí
que fica clara a situação que muitos taxam como “desleal” do cálculo
proporcional. Tendo 200 mil votos, Fábio Faria poderia ajudar a eleger alguém
com uma votação bem menos expressiva, com algo em torno de 70, 60 mil votos.
“Do outro lado”, um candidato com mais de 100 mil votos, pode ficar de fora,
porque o número de vagas não foi suficiente para acomodar a todos os que
tiverem ampla votação.
Isso,
inclusive, é bem mais comum do que se imagina. No Rio Grande do Norte, mesmo,
aconteceu, em 2010. Naquele ano, Rogério Marinho, do PSDB, teve mais de 100 mil
votos. Contudo, devido à coligação, não garantiu a cadeira na Câmara Federal.
Sandra Rosado, com 92 mil, e Paulo Wagner, com apenas 55 mil votos, conseguiram
se eleger, sendo puxados pela votação recorde de Fátima Bezerra, do PT, com 220
mil votos, e João Maia, do PR, com 217 mil votos, respectivamente.
No
caso da disputa pela Assembleia Legislativa, o panorama é parecido: Henrique
espera (e também já disse isso em discursos) eleger 19 deputados estaduais “do
seu lado”. Diferente da disputa pela Câmara Federal, no entanto, a aliança
peemedebista é subdividida em três coligações. A primeira coligação “União pela
Mudança”, formada por PMDB, PSB, PR, PROS, DEM, SDD, PDT e PRB, é a que agrupa
o maior número de candidatos à reeleição, por isso, espera-se, seja a que eleja
mais nomes.
Afinal,
só pelo PMDB, tentam renovar seus mandatos os deputados Gustavo Fernandes,
Hermano Morais, Nélter Queiroz e Ezequiel Ferreira. O PSB vai com os nomes dos
deputados Tomba Farias, Márcia Maia e Larissa Rosado. E ainda tem o PROS, com
outros cinco candidatos: Ricardo Motta, Gustavo Carvalho, Vivaldo Costa,
Raimundo Fernandes e Gilson Moura (que lançou o irmão Junior Moura para
substituí-lo).
Coligações
fazem os cálculos para saber quantos conseguirão eleger pelo coeficiente
eleitoral
Cálculo
do quociente eleitoral
Saiba
como é realizado o cálculo do quociente eleitoral para distribuição de cadeiras
pelo sistema de representação proporcional.
Divisão
de 8 cadeiras do Rio Grande do Norte.
1ª
operação
Determinar
o nº de votos válidos, deduzido do comparecimento os votos nulos e os em
branco:
Exemplo:
2.245.115 (eleitorado em 2010) – abstenções – votos em branco – votos nulos =
1.653.375 (número de votos válidos em 2010 para federal)
2ª
operação
Determinar
o quociente eleitoral, dividindo-se os votos válidos pelos lugares a preencher.
Despreza-se a fração, se igual ou inferior a 0,5, arredondando-a para 1 se
superior.
Exemplo:
Votos válidos (1.653.375) ÷ número de cadeiras (8) = 206.672 (quociente
eleitoral)
3ª
operação
Determinar
os quocientes partidários, dividindo-se a votação de cada partido (votos
nominais + legenda) pelo quociente eleitoral. Despreza-se a fração, qualquer
que seja.
Exemplo:
PSL/PTN/PSC/DEM/PMN e PSDB (coligação com mais votos em 2010) 560.351 ÷ 206.672
= 2
4ª
operação
Distribuição
das sobras de lugares não preenchidos pelo quociente partidário. Dividir a
votação de cada partido pelo nº de lugares por ele obtidos + 1 ( art. 109, nº I
do Código Eleitoral). Ao partido que alcançar a maior média, atribui-se a 1ª
sobra.
JH
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