Em declaração ao Ministério Público Federal,
Mônica Moura afirmou que ‘por dentro’ era ‘bem menor’ do que caixa 2 da corrida
eleitoral do peemedebista, ex-ministro do Turismo, ao governo do Rio Grande do
Norte em 2002
Em depoimento do Ministério Público Federal,
a empresária Mônica Moura declarou que, em 2002, acertou caixa 2 para a
campanha de Henrique Eduardo Alves (PMDB) ao governo do Rio Grande do Norte. A
combinação, segundo a delatora e mulher do marqueteiro João Santana, se deu com
o próprio Henrique Alves, ex-ministro do Turismo no governo de Michel Temer.
Mônica Moura relatou que o peemedebista era o
candidato do então governador Garibaldi Alves Filho ao governo naquele ano.
Segundo a empresária, Henrique Alves deixou a campanha no início, “antes de
começar o horário gratuito”, e deu lugar a Fernando Freire.
“Essa campanha foi mais ou menos uns 4
milhões, 4,5, 5 milhões o valor acho que do primeiro turno, que foi pago da
mesma forma. Esse meu acerto de campanha foi feito com Henrique Alves, porque
ele era o candidato, então acertei diretamente com ele e que receberia, e aí,
ele pediu para pagar uma parte por fora e uma parte por dentro. Nós tivemos um
contrato menor, nessa época, bem menor do que a parte paga em caixa 2. Ele
mandou alguém pagar”, declarou.
A delatora relatou que após a saída de
Henrique Alves, “assumiu o Fernando Freire, que era o vice do Garibaldi”.
“Ele virou o candidato de repente e nós
fizemos a campanha com ele”, afirmou. “Logo no início, eu não me lembro como
foi, o que foi que a gente recebeu durante o pequeno período em que o Henrique
Alves foi candidato. Mas logo depois assumiu Fernando Freire, que era o
governador, e aí Fernando Freire assumiu o pagamento dessa parte não oficial.
Ele mandava gente dele entregar dinheiro a gente no hotel em que a gente
estava”, relatou.
A empresária afirmou que o hotel se chamava
Ayambra. “Acho que existe até hoje em Natal.”
O Ministério Público Federal perguntou a
Mônica Moura sobre o porquê de Henrique Eduardo Alves ter acertado o pagamento
dos custos.
“Porque ele ia ser o candidato, ele era o
candidato. Ele que ia resolver, ele tinha condições de resolver os pagamentos,
né? Eu nunca falei de dinheiro com Garibaldi, foi sempre com Henrique Eduardo
Alves”, narrou.
Defesas
O advogado Marcelo Leal de Lima Oliveira, que
defende Henrique Eduardo Alves, diz que as afirmações de Mônica Moura “sobre
fatos ocorridos há quase 15 anos não são verdadeiras”.
“Henrique Eduardo Alves jamais discutiu
contrato de propaganda para campanha ao cargo de Governador do Rio Grande do
Norte com Mônica Moura”, diz a nota. “No ano de 2002 Henrique já chegou à
convenção do PMDB, realizada no mês de junho, como candidato a Deputado Federal
e sua campanha foi realizada por publicitários do Rio Grande do Norte.”
O advogado Flaviano Fernandes, do
ex-governador Fernando Freire, disse que a defesa vai adotar “apenas a
descrição de nos manifestarmos nos autos se existirem autos que venham apurar
esse fato, visto que já se encontram prescritos – faz 15 anos”.
Agência Estado
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