MPF recomendará que a União suspenda os
repasses de transferências voluntárias
O Ministério Público Federal (MPF) vai entrar
com ação de improbidade administrativa contra prefeitos que descumprirem o
dever de transparência com as contas públicas. Serão responsabilizados pela
prática de crime de responsabilidade os gestores que não atenderem os prazos
para a criação de portais na internet visando submeter as contas ao controle
social. Nesses casos, o MPF também recomendará que a União suspenda os repasses
de transferências voluntárias ao município.
No Estado de São Paulo, o MPF começou a
enviar nesta quarta-feira, 9, recomendações aos 645 municípios para o
cumprimento das leis que obrigam à disponibilização de suas informações
financeiras na internet. De acordo com o órgão, nenhum dos municípios paulistas
atende à totalidade das exigências, conforme demonstrou o Ranking Nacional da
Transparência, da Câmara de Combate à Corrupção do MPF. O ranking atingiu 100%
das 5.568 cidades brasileiras, os 26 Estados e o Distrito Federal, avaliando as
informações contidas em todos os portais públicos.
De acordo com a procuradora da República,
Karen Louise Janette Kahn, do Núcleo de Combate à Corrupção do MPF/SP, foi
pontuado o preenchimento dos principais requisitos legais, como
disponibilização de receitas e despesas, dados sobre licitações e contrato, e
também itens considerados boas práticas de transparência, como a remuneração
individualizada dos agentes públicos. Do total de 10 pontos, o governo estadual
paulista obteve o índice 6,5 de transparência e, segundo o MPF, também deve se
adequar às normas. Espírito Santo, com pontuação máxima, Santa Catarina (9,8) e
Mato Grosso (9,5) foram os Estados mais transparentes.
Entre as capitais, destacaram-se Porto Alegre
(10), São Paulo (9,3) e João Pessoa (9). Já entre os municípios paulistas, além
da capital, aparecem no topo Indaiatuba e Sorocaba, com 9,3 pontos, seguidos
por São José do Rio Preto, com 9. No geral, os municípios paulistas obtiveram
média de 4,8 pontos, superior à média nacional, de 3,9. Apesar disso, seis
municípios do Estado de São Paulo aparecem com pontuação zero. A avaliação se
baseou em questionário desenvolvido pelo MPF, Controladoria Geral da União
(CGU), Tribunal de Contas da União (TCU), e outras instituições de fiscalização
e controle.
Nenhum comentário:
Postar um comentário