No dia em que o ex-ministro do Planejamento
Nelson Barbosa assumiu a pasta da Fazenda, o dólar voltou a subir e fechou
acima de R$ 4 pela primeira vez em quase três meses.
O dólar comercial encerrou a segunda-feira
(21) vendido a R$ 4,023, com alta de R$ 0,076 (1,93%). Foi o maior valor desde
29 de setembro (R$ 4,059). O dia também foi de perdas na Bolsa de Valores de
São Paulo, que caiu pela segunda vez seguida e voltou a encerrar no menor nível
em mais de seis anos.
A moeda norte-americana começou o dia em
alta, mas, até as 12h30, estava abaixo de R$ 4. A Bolsa, que chegou a abrir com
pequena alta, passou a cair depois do mesmo horário. As cotações pioraram
depois da primeira teleconferência de Barbosa com investidores do mercado
financeiro.
Apesar de o ministro ter se comprometido a
manter a direção da política econômica, os indicadores se deterioraram após a
conversa.
Números
Na conversa, Barbosa prometeu dar prioridade
ao ajuste fiscal e ao combate à inflação. Ele defendeu ainda a reforma da
Previdência, que institui a idade mínima para aposentadoria. Com o desempenho
de ontem, a moeda norte-americana acumula alta de 3,51% em dezembro e de 51,3%
em 2015.
A segunda-feira também foi de fortes perdas
na Bolsa de Valores. O Ibovespa, índice da Bolsa de Valores de São Paulo, caiu
1,34% e encerrou o dia em 43.321 pontos, no menor nível desde abril de 2009, no
auge da crise provocada pelo estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos.
Alta ajuda a melhorar contas externas
Brasília (AE) - A recessão econômica e a alta
do dólar continuarão a dar o tom de melhora das contas externas em 2016. Não
pelos bons, mas pelo maus motivos. O Banco Central apresentou ontem sua
primeira estimativa para o déficit das transações correntes do ano que vem: US$
41 bilhões. Essa quantia, se confirmada, será um terço menor do que a nova
previsão da autarquia para este ano, de US$ 62 bilhões e que já representa uma
queda de 40% na comparação com 2014.
O que leva os números a ainda ficarem no
vermelho, mas numa proporção menor, é que a retração econômica, somada à
avaliação de que o dólar ainda continuará a subir, fará, por exemplo, com que o
brasileiro pense duas vezes antes de viajar para o exterior. A expectativa do
BC é que esses gastos caiam de US$ 11,7 bilhões em 2015 para US$ 9 bilhões em
2016. Reflexo da variação cambial, apenas em novembro essa conta foi de US$ 505
milhões, menos de metade do que se viu em igual mês de 2014 (US$ 1,2 bilhão).
A atividade mais fraca também faz as empresas
diminuírem as margens e, consequentemente, enviarem menos lucros e dividendos
para suas matrizes lá fora. Para este e o próximo ano, é esperada uma remessa
de US$ 20 bilhões. Em 2015 até novembro, essa conta já está em US$ 16,8
bilhões.
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