O
Banco Central divulgou uma ata de 33 parágrafos para explicar por que manteve
sua taxa de juros de em 11% ao ano e quais são suas intenções daqui para a
frente.
Sem
muito alento a oferecer neste final de governo, a mensagem pode ser resumida em
quatro trechos essenciais, reproduzidos abaixo com a devida tradução do idioma do Banco Central.
“Avaliando
a evolução do cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom
decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 11,00%.”
Tradução
- “O BC não pode reduzir os juros, porque a inflação está alta, mas também não
pode elevá-los, porque a economia brasileira mostra sinais de recessão.”
Nota
- Copom é o Comitê de Política Monetária, formado pela cúpula do BC, e Selic é
a taxa de juros, que se mantém inalterada desde abril.
“A
projeção de inflação para 2014 diminuiu, (…) mas permanece acima da meta (…).
Para 2015, (…) as projeções se mantiveram estáveis, acima da meta; e, nos trimestres
iniciais de 2016, as projeções indicam que a inflação entra em trajetória de
convergência.”
Tradução
- “Deixando o juro como está, a inflação começa a cair em 2016, mas não há
previsão de quando a meta de 4,5% será atingida.”
Nota
- A inflação está acima da meta desde 2010 e nos últimos 12 meses ficou 0,01
ponto percentual acima do teto de 6,5%.
“Apesar
de a inflação ainda se encontrar elevada, o Copom pondera que pressões
inflacionárias ora presentes na economia (…) tendem a arrefecer (…). Em prazos
mais curtos, some-se a isso do deslocamento do hiato do produto para o campo
desinflacionário.”
Tradução
- “Como a economia encolheu e não deve se recuperar tão cedo, o desânimo dos
empresários e consumidores vai segurar a alta dos preços.”
Nota
- O Produto Interno Bruto (medida da produção nacional) caiu 0,2% no primeiro
trimestre e 0,6% no segundo; as previsões para o ano se aproximam de zero.
“Não
obstante a concessão, neste ano, de reajuste para o salário mínimo não tão
expressivo quanto em anos anteriores, bem como a ocorrência nos últimos
trimestres de variações reais de salários mais condizentes com as estimativas
de ganhos de produtividade do trabalho, o Comitê avalia que a dinâmica salarial
ainda permanece originando pressões inflacionárias de custos.”
Tradução
- “O mercado de trabalho ainda precisa piorar mais para que a inflação baixe.”
Nota
- O baixo patamar de desemprego é um dos principais trunfos eleitorais da
presidente Dilma Rousseff, segundo a qual seus adversários provocarão demissões
com o propósito de conter a inflação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário