Na capital Potiguar, Praça da Árvore de Mirassol será palco do 2º Pole Street Brasil.
Quem
passar nas proximidades praça da Árvore no bairro de Mirassol na tarde de hoje
depois das 15h da tarde pode encontrar um situação pouco comum: mulheres
enroscadas no alto dos postes de luz de cabeça para baixo. É o 2º Pole Street
Brasil, um evento que se propõe a difundir o Pole Dance pelo país.
Cinco
instrutoras exibirão sua técnica nos postes de luz e também convidarão os
passantes a tentar alguns movimentos nos postes. Segundo a instrutora de Pole
Dance, Ana Paula Santos, a prática não oferece restrição de idade, de peso nem
de gênero.
“Você
já caminha todos os dias com o seu peso, então não interfere em nada. Seja para
uma pessoa magra, ou para uma pessoa com mais peso. Essa restrição está mais na
cabeça das pessoas. Sempre chega emails perguntando isso. Por não conhecer, as
pessoas acham que não pode”, disse a instrutora. Conforme Ana Paula, a idade também
não é desculpa. “Mundialmente existe campeonatos para crianças e pessoas acima
de 50 anos”, acrescentou.
Essa
demonstração de Pole Dance na rua serve para a Campanha Nacional pela
Legitimação do Pole Dance, encabeçada pela Federação Brasileira de Pole Dance.
Segundo Ana Paula, os praticantes querem que o Pole Dance seja reconhecido como
esporte. Para tanto, a Federação vem colhendo assinaturas desde a edição
passado do Pole Street Brasil. O objetivo final é entregar o abaixo-assinado no
Ministério dos Esportes para que a prática ganhe status esportivo por aqui. “Em
vários outros países o Pole já foi regulamentado”, disse.
Para
quem se interessar em tentar algumas acrobacias, a participação é gratuita, mas
é preciso seguir algumas orientações para facilitar a movimentação nos postos.
“Geralmente, o Pole Street é feito de calça porque os postes da rua são muito
ásperos”, informou Andressa Oliveira, instrutora de Pole Dance e estudante do
curso de Dança da UFRN.
Quebra
preconceito
No
Pole Street Brasil, ninguém vai ver mulheres soltando olhares sensuais para os
espectadores do alto dos postes. Pelo contrário. Andressa Oliveira afirma que a
visão que se tem do Pole Dance é distorcida da sua origem oriental. “O Pole
Dance no ocidente é muito associado à erotização às mulheres de cabaré. Mas nem
só profissionais do sexo atuam no Pole Dance”, afirmou.
Segundo
Oliveira, a origem do Pole Dance tem mais relação com o esporte indiano
Mallkhamb (bastante praticado por homens) e do Mastro Chinês. “No indiano, os
homens fazem a barra e as mulheres fazem a corda”, acrescentou Andressa
Oliveira. No ocidente, a mistura de esporte e dança começou a ser praticada
pelos circos já no século 20.
Atualmente,
a prática se divida em duas correntes majoritárias: Pole Dance Sensual e Pole
Dance Fitness. Ana Paula e Andressa são instrutores de uma academia que ensina
o segundo viés. “Existem campeonatos de Pole Sensual me que as meninas podem
usar salto, olhar para o público encarando, passar a mão no corpo”, disse. Mas
na outra modalidade esses artifícios não são permitidos, porque o objetivo da
competição se foca nas acrobacias.
Poste
ideal
Normalmente,
o esporte é realizado em uma barra cromada completamente lisa. “O atrito é só
com sua pele”, explicou Andressa. Os praticantes também podem utilizar um
líquido que aumenta o atrito entre a pele o poste, mas essa prática é
regulamentada nas competições. Os competidores não usam hidratante por exemplo.
Mas uma condição natural do corpo pode atrapalhar muito. “Na verdade, o grande
desafio é não suar”, enfatizou Ana Paula.
Conforme
as instrutoras, uma aula de Pole Dance pode gastar cerca de 600 a 700 calorias,
tanto quanto uma aula de boxe. Elas ressaltam que é valor calórico é atingido
por um aluno regular em uma hora de prática do esporte. Para o atleta, esse
valor é maior.
De
acordo com Ana Paula Santos, o misto de esporte e dança trabalha o corpo
inteiro. “O Pole Dance é um esporte que trabalha todos os grupos musculares.
Primeiramente, começamos pelos membros superiores. Depois que as meninas estão
ficando de cabeça para baixo, começamos a trabalhar os membros inferiores”,
explicou. No entanto, é preciso consultar um médico antes de iniciar as aulas
como qualquer outro exercício físico.
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