Concessão dessas operações será reavaliada
por determinação do Conselho de Administração da Caixa diante do novo plano de
capital do banco
Depois que as operações entraram na mira do
Tribunal de Contas da União (TCU), a Caixa Econômica Federal anunciou nesta
sexta-feira, 26, que suspendeu temporariamente a concessão de créditos
destinada aos Estados e Municípios. A concessão desses empréstimos será
reavaliada por determinação do Conselho de Administração da Caixa diante do
novo plano de reforço do capital do banco.
Em comunicado sucinto divulgado, a Caixa
informa que a concessão de crédito com garantias da União e para companhias de
saneamento permanece inalterada. Essa concessão está restrita aos limites
impostos pelo Conselho Monetário Nacional para empréstimos de todo o setor
público.
A suspensão das operações ocorre quinze dias
depois que o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado,
revelou que o banco do governo, que passa por dificuldades de capital, aumentou
nos últimos meses a concessão de empréstimos para Estados e municípios sem
garantia do Tesouro Nacional.
A concessão desses empréstimos se transformou
em arma política depois que o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun,
admitiu que o dinheiro seria usado como moeda de troca pelo apoio de
governadores e prefeitos à reforma da Previdência. A pasta é a principal
responsável pela articulação dos interesses do Planalto e de parlamentares.
A Caixa vinha ganhando espaço na concessão
dos empréstimos, ocupando o papel que no passado foi do BNDES. O banco de
fomento chegou a lançar, no governo Dilma Rousseff, uma linha de crédito com
taxas mais baratas para bombar o crédito para os Estados. Foram R$ 20 bilhões
para irrigar os cofres dos governadores, sendo que parte do dinheiro acabou
bancando o aumento nas despesas com pessoal, em vez de ir para investimentos.
Adriana Fernandes / Agência Estado
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