A professora Fátima Araújo iniciou uma greve
de fome na última segunda. Ela mora no sítio Camurupim, zona rural de Mossoró
A professora Maria Fátima Araújo de Lima
tomou uma atitude radical e anunciou em vídeo publicado em redes sociais que
iniciou uma greve de fome pedindo a perfuração de um poço na comunidade rural
Camurupim, em Mossoró. O vídeo foi gravado na última segunda-feira, 3, e ela
lembra que onze anos atrás também fez uma greve de fome.
“Gente hoje são três de outubro de 2016. Está
faltando apenas 28 dias para completar onze anos que eu fiz uma greve de fome e
estou novamente aqui para anunciar para todos que vou fazer novamente. Estou
fazendo a partir de agora uma greve de fome”, iniciou o vídeo Fátima Araújo.
A reportagem do DE FATO.COM esteve na
comunidade e verificou a veracidade das informações da educadora e a
confirmação da greve de fome.
“Eu só estou tomando café preto, que eu sou
viciada e não posso deixar de tomar, e água. Quando eu entro em uma causa não é
para perder. Estou decidida de prolongar essa greve de fome até o poço ser
consertado. Não sei quantos dias vai durar, mas só vou encerrar quando ele
estiver consertado”, disse Fátima Araújo convicta de sua posição de não ceder.
Ela ainda ressaltou que todos foram pegos de
surpresa com a atitude e que a comunidade só veio tomar conhecimento nesta
manhã quando o vídeo da professora começou a ser compartilhado.
“Eu iniciei ontem (segunda) a greve de fome.
Somente uma pessoa sabia que eu faria a greve e pediu que eu não fizesse. A
comunidade veio saber hoje. Eu neguei a diretora de minha escola e aos meus
filhos que me pediram para não fazer essa greve de fome. Todo mundo está
preocupado com essa situação, as irei até o fim e só vou acabar com o poço for
consertado”, falou a professora.
Fátima Araújo lembra que o poço da comunidade
está quebrado há quase dois meses e não há perspectiva de conserto.
“O poço do sítio Camurupim onde eu moro está
no prego há quase dois meses. As autoridades sabem e já vieram pessoas da
manutenção e só fizeram olhar e voltaram. Enquanto isso, moradores da
comunidade estão indo buscar água há quilômetros e quilômetros de distância
correndo risco e isso eu não posso aceitar”.
O senhor José de Azevedo Soares mostrou como
a água sai do cano. Ela vem limpa, mas começa a ficar barrenta quando vai
chegando ao final.
Outro ponto que preocupa Fátima Araújo é no
tocante as famílias da comunidade que precisam se deslocar por muitos
quilômetros arriscando a própria vida para ter água em casa.
“O pessoal daqui está se arriscando em pegar
água em outros lugares. Eles vão em motos e carregam galões. O exército até
fornece água para a gente, mas não vai ser para toda a vida
Segundo Fátima, a greve de fome só se
encerrará quando o poço da comunidade for consertado e atitude tomada agora era
para que o protesto não fosse visto com algo político em virtude das eleições
municipais ocorridas no último domingo, 2.
“Eu só fiz esse vídeo ontem para mostrar as
pessoas que esse meu protesto não tem nada a ver com algo partidário. Quero
deixar claro para as pessoas que isso aqui não é um ato partidário”, finaliza
Mária de Fátima.
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