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sábado, 28 de julho de 2012

CPI convoca mulher de Cachoeira para prestar depoimento

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) que investiga as relações do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com agentes públicos e privados deverá ouvir nos dias 7 e 8 de agosto, após o recesso parlamentar, mais quatro suspeitos de envolvimento com o esquema. As reuniões estão agendadas para começar às 10h15, no Plenário 2 do Senado.

No dia 7, prestarão depoimento à CPMI a atual mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, e o agente aposentado da Polícia Federal (PF) Joaquim Gomes Thomé Neto, suspeito de interceptação ilegal de e-mails.

No dia seguinte, será a vez da ex-mulher de Cachoeira, Andréa Aprígio, e de Rubmaier Ferreira de Carvalho, apontado como contador de empresas de fachada criadas pelo contraventor.

O relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-SP), considera que a retomada dos trabalhos está claramente voltada para investigar o núcleo da organização. "Queremos averiguar os bens que essa organização criminosa possui, as atividades que desenvolvia - mais precisamente as de arapongagem - além da criação de empresas-fantasma", explica o relator. "E esses depoentes têm relação com essas atividades", completa.

O vice-presidente da comissão, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), também acredita que os novos depoimentos podem ajudar a esclarecer dúvidas sobre os bens arrecadados por Cachoeira, além de permitir avanços em relação a provas do envolvimento de pessoas que têm foro privilegiado, como governadores. Para ele, o importante é conseguir desmantelar as ações do esquema. "Essa organização está muito viva e suas veias ainda estão irrigando todo o sistema criado por quem participou e ainda participa do esquema", diz.Teixeira, no entanto, destaca que o sucesso do trabalho da CPMI não depende apenas de depoimentos, mas de sua capacidade investigativa. "Já obtivemos quebras de sigilo importantes e agora devemos trabalhar para produzir provas com o cruzamento de dados", defende.

Críticas ao enfoque


Por outro lado, o líder do PSDB na Câmara, deputado Bruno Araújo (PE), afirma que as novas convocações demonstram um claro desvio de foco, ao concentrar as investigações no estado de Goiás. "É nítido o encaminhamento político, não há investigação clara, o que há é uma disputa política procurando envolver exclusivamente o estado de Goiás, que tem a menor parcela no prejuízo causado ao patrimônio público por conta de obras da [empreiteira] Delta dentro do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]", sustenta.

Araújo propõe um enfoque mais amplo das investigações, incluindo outros estados e, principalmente, o governo federal. Segundo o líder do PSDB, mais de 94% do faturamento da Delta decorrem de contratos com a União e com governos de outros estados.
 Da Tribuna do Norte

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