De acordo com a PF, a certo ponto do diálogo,
Cunha teria dito a Alves que a distribuição de pagamentos combinada com Joesley
não agradaria a Temer
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal
Federal (STF), autorizou uma nova perícia em um aparelho celular do ex-deputado
Eduardo Cunha (MDB-RJ), dentro de um inquérito da Lava Jato que tramita na
primeira instância.
Segundo a Polícia Federal (PF), constam no
aparelho da marca Blackberry mensagens em que Cunha cita o presidente Michel
Temer. O diálogo, segundo interpretação dos agentes da PF, trata do pagamento
de propina pelo empresário Joesley Batista, do Grupo J&F.
A diligência foi solicitada ao STF pelo juiz
Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, que por sua vez autorizou a nova
perícia no celular a pedido da defesa de Cunha. O equipamento encontra-se na
sede do Supremo, em Brasília, e será encaminhado a Curitiba.
Perícia
A PF já fez uma perícia no aparelho, cujo
laudo encaminhou a Fachin. Segundo os agentes, Cunha e o então deputado Henrique
Eduardo Alves (MDB-RN) conversaram, em 2012, sobre o repasse de propina por
Joesley Batista a políticos do MDB na Câmara.
De acordo com a PF, a certo ponto do diálogo,
Cunha teria dito a Alves que a distribuição de pagamentos combinada com Joesley
não agradaria a Temer. “Isso vai dar merda com o Michel”, escreveu Cunha,
segundo o laudo da PF.
Entretanto, ao ser remetido à primeira
instância, somente o laudo foi encaminhando junto com os autos, motivo pelo
qual a defesa de Cunha solicitou o envio das mídias com os arquivos extraídos e
do aparelho para nova perícia.
Neste inquérito da Lava Jato, Cunha é
investigado por supostamente participar de um esquema de desvio de recursos na
contratação de navios-sonda pela Petrobras. O ex-deputado nega qualquer participação.
Atualmente, ele se encontra preso preventivamente no Complexo Médico-Penal de
Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.
Agência Brasil
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