Vereadora do PDT tentou pressionar
parlamentares da base aliada com um chamado 'realinhamento da bancada', não
aceito por ela
A vereadora Júlia Arruda, do PDT, não é mais
integrante da base aliada do prefeito de Natal, Álvaro Dias, do MDB. Na tarde
desta quarta-feira, 6, a parlamentar anunciou, por meio de nota, seu rompimento
oficial com a gestão, após uma tentativa do chefe do Executivo Municipal de dar
uma “chave de roda”, conforme afirmou Júlia.
“Convicta de que nunca aceitei, não aceito e
jamais aceitarei abrir mão de exercer meu mandato de acordo com o que acredito,
de que pressão nenhuma foi ou será capaz de violar meus princípios e de que
minha autonomia é inegociável. E após ser surpreendida por um movimento
claramente articulado e rasteiro, uma verdadeira ‘chave de roda’ apelidada pela
gestão de ‘realinhamento da bancada’, que levou vereadores das mais diversas
matizes políticas para um constrangedor confessionário com o Sr. Prefeito,
anuncio meu rompimento com a administração Álvaro Dias”, afirmou Júlia Arruda.
Vale lembrar que, na semana passada, Júlia
Arruda criticou a gestão do MDB pela decisão do prefeito Álvaro Dias de
conceder um reajuste da tarifa de ônibus de Natal (R$ 3,35 para R$ 3,65) de
forma inesperada e sem um amplo debate com a população. Júlia, que é autora de
uma lei (que não está em vigor) que determina que a passagem só pode ser
reajustada após audiência pública ouvindo a população, afirmou que não poderia
concordar com a forma como foi feito o aumento pela Prefeitura (publicou um
decreto no sábado e no dia seguinte o novo valor já passou a valer). “Seria uma
incoerência da minha parte”, acrescentou, na semana passada, a parlamentar.
Essa declaração foi dada na terça-feira, 29,
quando foi discutido o parecer da Comissão de Constituição e Justiça sobre o
decreto legislativo proposto pelo vereador Sandro Pimentel e que poderia
suspender o reajuste concedido por Álvaro Dias. Nesse dia, Júlia votou
contrária ao parecer, dando a entender que seria favorável ao decreto, mas ela
acabou não votando no dia seguinte, quando a matéria foi discutida e, sem votos
suficientes, acabou sendo rejeitada pelo plenário da Câmara, mantendo a
passagem a R$ 3,65.
“A decisão que tomo com a mesma tranquilidade
que sempre caracterizou meu posicionamento na Câmara Municipal de Natal, e com
coragem e disposição renovadas para seguir fazendo a diferença. Um trabalho que
me permite ser bem recebida nos quatro cantos da cidade, de cabeça erguida,
olhando nos olhos das pessoas, e com a certeza de que estou do lado certo.
Porque, para mim, respeito e credibilidade não são moeda de troca”, afirmou,
nesta quarta, 6, a vereadora, na nota divulgada.
Ciro Marques
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