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sexta-feira, 21 de junho de 2013

Brasileiros têm coragem de dizer o que os britânicos não tiveram, diz 'Guardian'

Diário britânico diz que protestos no Brasil repercutem sentimento de que as pessoas não querem 'extravagância' de gastos com eventos esportivos.
Uma análise publicada nesta sexta-feira (21) no jornal britânico 'Guardian' elogia os protestos no Brasil, afirmando que os brasileiros estão dizendo o que os britânicos não tiveram coragem de dizer no ano passado, durante a realização das Olimpíadas em Londres.

O texto, assinado por Simon Jenkins, diz que os protestos brasileiros, que têm como um dos alvos os altos gastos com Copa do Mundo e as Olimpíadas no país, são autênticos ao repercutir o sentimento de que as pessoas não querem esse tipo de 'extravagância'.
'A extravagância de 9 bilhões de libras (Olimpíadas em Londres) não era necessária para abrigar um show internacional de atletismo. O Rio de Janeiro não somente tem uma extravagância, mas duas'.

'Então parabéns aos brasileiros por terem dito o que os britânicos ano passado não tiveram coragem de dizer: basta', diz o artigo, acrescentando que a Copa do Mundo e as Olimpíadas são eventos televisivos que poderiam ser realizados com menos gastos.

Dilúvio de promessas'

'Todo mundo sabe que o 'dilúvio de promessas' que as nações sede recebem sobre legado é uma bobagem', diz o 'Guardian'.

O artigo também critica a realização de outros eventos que envolvem grandes somas de dinheiro, como o G8 e o G20.

'O G8 esta semana na Irlanda do Norte foi inútil', diz o artigo. 'Uma noite e dois dias em um lago irlandês sombrio custou 60 milhões de libras ao contribuinte e o recrutamento de mil policiais por delegação. Eles não poderiam ter usado Skype?', indaga o autor.

O texto qualifica a realização do G20, em 2012, como um 'carnaval obcecado por segurança'.

'A reunião de 2012 em Toronto gastou, em dois dias, US$ 1 bilhão em segurança. Não fez nada pelos pobres e devastou a economia local por um ano', diz.

O autor critica o fato de que o avanço da tecnologia nos últimos anos não ter sido suficiente para substituir a necessidade por eventos presenciais, alimentados pelo desejo dos líderes mundiais de receberem seus colegas, numa demonstração de poder.
Do G1

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