Riacho da Cruz: Uma conversa de Amigos

Aqui há dias, num costumeiro convívio de amigos, durante ao saboreio de algumas taças de vinho e no seu natural prolongamento lá vieram às habituais conversas/discussões dos problemas mais candentes ou mais badalados do momento em nossa pacata Riacho da Cruz, desta vez, um pouco diferente de tempos atrás. Pois desta vez as vozes, de si normalmente altas, por força, também, dum normal copo a mais, subiram inusitadamente de tom. Estávamos entre amigos e tudo gente boa. Pois bem, quem de fora apreciasse aquelas disputas verbais era bem capaz de escorregar para a fácil conclusão de que, se calar, a amizade, como o povo, há quem diga, assim como a democracia e a liberdade não passam de abstrações.

O ar que ali se respirava, a luz que por ali pairava fazia lembrar, sem necessidade de grande imaginação, o Verão Quente de 1975 de boas e más memórias. No essencial, e com pequenas diferenças de pouco nos valeram estes 36 anos, ali estávamos nós, Engenheiro, Enfermeiro, Geógrafo, Professor, Motorista e estudantes, cada um querendo dar o seu ponto de vista e mostrar que somos livres para pensar, para se expressar, para simplesmente dizer que vivemos em democracia e por isso temos o nosso direito de escolha. Ali nos lembramos da infância e relatamos fatos que já mais serão esquecidos. Se ontem éramos meninos hoje somos homens e temos nossos ideais, sonhos e pensamentos, como diziam Fernando Pessoa: “De sonhar ninguém se cansa, porque sonhar é esquecer, e esquecer não pesa e é um sono sem sonhos em que estamos despertos’’.

Aqui fica o meu abraço a todos os meus amigos que me proporcionaram esse feliz momento de discurso na ultima quinta feira santa: Willy, Leonardo, Fagner, José Ribeiro, Ítalo, Milton Junior, Tibério, Janailton e Lucas.