Já o índice dos três principais tucanos teve
queda; levantamento foi feito antes de vir a público a lista do ministro Edson
Fachin
Pesquisa inédita do Ibope mostra que o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a ser o presidenciável com
maior potencial de voto entre nove nomes testados pelo instituto. Pela primeira
vez desde 2015, os eleitores que dizem que votariam nele com certeza (30%) ou
que poderiam votar (17%) se equivalem aos que não votariam de jeito nenhum
(51%), considerada a margem de erro. Desde o impeachment de Dilma Rousseff, há
um ano, a rejeição a Lula caiu 14 pontos.
A pesquisa foi feita antes de vir a público a
lista do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), com as
delações de executivos da Odebrecht que acusaram o ex-presidente de corrupção,
junto com dezenas de outros políticos. Se a divulgação das denúncias prejudicou
a imagem de Lula (e de outros denunciados), não houve tempo de isso ser captado
pelo Ibope.
Os três principais nomes do PSDB, por sua vez,
viram seu potencial de voto diminuir ao longo do último ano e meio. Desde
outubro de 2015, a soma dos que votariam com certeza ou poderiam votar no
senador Aécio Neves (PSDB-MG) despencou de 41% para 22%. O potencial do senador
José Serra (PSDB-SP) caiu de 32% para 25%, e o do governador Geraldo Alckmin
(PSDB-SP) foi de 29% para 22%. Os três tucanos aparecem na pesquisa com taxas
de rejeição superiores à de Lula: 62%, 58% e 54%, respectivamente.
O Ibope testou pela primeira vez o potencial do
prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), em uma eleição para presidente.
Embora seja muito menos conhecido do que seus colegas de PSDB (44% de
desconhecimento, contra 24% de Alckmin e 16% de Serra e Aécio), Doria já tem
24% de eleitores potenciais (metade votaria com certeza), ou seja, tanto quanto
os outros tucanos, levando-se em conta a margem de erro. Mas sua vantagem é ter
uma rejeição muito menor que a dos concorrentes dentro do partido: 32%.
Assim como os nomes tradicionais do PSDB, a
ex-ministra Marina Silva (Rede) sofreu redução de potencial de voto e aumento
da rejeição. Agora, um terço dos eleitores a indicam como possível opção – eram
39% há um ano.
Método. Entre os dias 7 e 11 de abril, o Ibope
realizou 2.002 entrevistas face a face, em 143 municípios de todas as regiões
do Brasil. A margem de erro é de dois pontos porcentuais, para mais ou para
menos, com intervalo de confiança de 95%. As perguntas eleitorais fizeram parte
da pesquisa que o instituto conduz mensalmente com questionário variável, o
chamado BUS.
Na pesquisa de potencial de voto, o entrevistador
apresenta um nome de cada vez e pede ao eleitor que escolha qual frase descreve
melhor sua opinião sobre aquela pessoa: se votaria nela com certeza, se poderia
votar, se não votaria de jeito nenhum, ou se não a conhece o suficiente para
opinar. É diferente da intenção de voto. Se aplica especialmente quando falta
muito tempo até a eleição e as candidaturas ainda estão incertas.
Agência Estado
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