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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Representante da Prefeitura de Apodi: “Existe muita mentira, por trás dessa história do fogo na secretaria de saúde”

A tentativa de incêndio que o portador de problemas mentais Gilson Lima de Menezes realizou na secretaria de saúde de Apodi, nesta terça-feira (19) passou a ter um viés político na cidade.
Segundo a coordenadora de atenção básica, Gilvaneide Holanda, o caso tem sido utilizado para criar uma realidade destorcida, por conta de outros interesses.

“Trata-se de um caso isolado, de uma pessoa que não tem a mesma consciência que a nossa. Estamos muito preocupados nessa questão de entrevistas, pois tem muita gente divulgando o que não existiu, com outros interesses. Existe muita mentira por trás dessa história”, declarou Gilvaneide.

O foco político foi ampliado principalmente depois da entrevista de Gilson Lima a imprensa local, quando o mesmo alega descaso dos órgãos públicos, quanto a sua necessidade de medicamentos e ainda afirmou o desejo de ter atingido o prefeito da cidade, Flaviano Monteiro, com a sua tentativa de incêndio.

“Eu pedi remédio e mandaram eu botar fogo, mas eu queria botar fogo no prefeito. São dois anos, dois anos e já fui lá umas vinte vezes”, disse Gilson Lima, confirmando que teria sido induzido a cometer o ato. “O cara mandou eu botar fogo, porque não tinha remédio”.

A coordenadora de atenção básica nega qualquer indução de algum servidor, afirmando que as três pessoas que atendem ao público na secretaria são preparadas para trabalhar com portadores de necessidades especiais. Além disso, ele teria procurado o órgão errado para solucionar o caso, já que o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) é responsável por repassar esses remédios e não a secretaria de saúde. “Ele não procurou as pessoas certas, estava no lugar errado e é uma pessoa que sempre recebe o atendimento nosso através do Caps”.

Gilvaneide ainda confirmou que um remédio realmente estava em falta. Segundo ela, Gilson necessita regularmente de clonazepan, clomirapramin e carbamazepina. “Acredito que o clonapezan estava em falta, mas não tenho certeza. Só que ele recebe aposentadoria, por insanidade mental e poderia adquirir o remédio. Sempre que temos, nós repassamos, nunca foi negado. O Caps trabalha com estoque de remédios”.

Por outro lado, Gilson Lima apresentou um documento em maio, solicitando os remédios a Prefeitura de Apodi. Na solicitação, consta que se trata de uma pessoa com transtorno bipolar e esquizofrenia e que estaria sem dormir por falta de medicação.
Coordenadora diz que ação foi premeditada

Gilvaneide Holanda afirma que Gilson Lima já planejava cometer um incêndio em algum órgão público de Apodi. Segundo ela, o portador de problemas mentais fazia ameaças constantes e já contava com várias garrafas de gasolina em seu quarto, para realizar o ato.

“As ameaças dele já vinham desde a gestão anterior. Sempre haviam reclamações nesse quesito”, declarou, induzindo inclusive que ele teria consumido bebida alcoólica, o que agrava a situação clínica dele. “Ele já premeditava, pois colecionava garrafas de gasolina, apenas aproveitou a ocasião. Daí, com o consumo de álcool, cometeu esse ato”.

Gilson é natural de São Paulo e vive sozinho em Apodi há dois anos, onde tem uma vida aparentemente normal, já que consegue tomar os cuidados básicos por conta própria, como cozinhar e até mesmo dirigir a sua motocicleta, na qual tem carteira de motorista. Além disso, ele possui renda própria, já que tem imóveis alugados em São Paulo.

Segundo Gilvaneide, a transferência para Apodi aconteceu devido ao histórico agressivo e as reclamações que ocorreram em São Paulo. “Ele não é de Apodi, veio fugido de São Paulo, por conta das suas atitudes. Ele não tem ninguém, porque já tem um histórico agressivo. São muitas queixas que ele recebeu em São Paulo, por isso, resolveu vir morar sozinho em Apodi. Mas os vizinhos daqui já reclamam bastante das atitudes agressivas dele. Está sozinho no hospital Walfredo Gurgel em Natal, mas vamos ter atenção ao caso, apesar de tudo, já que não tem nenhum familiar em sua companhia”.
 Carlos Guerra Júnior/Da Redação do De Fato

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