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sábado, 4 de julho de 2015

Secretária de Segurança Pública, Kalina Leite, diz ser contra a redução da maioridade penal!

Para a secretária, o maior problema do sistema de segurança é a falta de efetivo policial
Em julho, Kalina Leite completou seis meses como titular da Secretaria Estadual de Segurança Pública. Nesta sexta-feira (3), o Visor Político entrevistou a secretária, que falou de vários assuntos e também da frustração que sente em tentar realizar alguma atividade para melhorar a segurança da população e acabar esbarrando em vários problemas.

Para Kalina, o maior problema do sistema de segurança é a falta de efetivo nas policias. “Um fator que impede muito de desenvolver com rapidez e mais eficiência as políticas de segurança, realmente é a questão do efetivo. Mesmo com a boa vontade do governador, de incrementar no que for preciso o sistema de segurança, nós ficamos limitados”, afirmou.

A secretária, que foi interventora da Fundac (Fundação Estadual da Criança e do Adolescente), também opinou sobre a redução da maioridade penal. Para ela, esse não é o melhor caminho para acabar com a violência juvenil. “Infelizmente, nosso sistema sócio educativo não ressocializa. Se tivéssemos um sistema bem eficaz, eu não veria problema na redução, pois isso garantiria que aquele menino sairia profissionalizado, com base sedimentada”.

Dentre outros assuntos, Kalina Leite falou se atualmente um cidadão pode sair tranquilo nas ruas de Natal, criticou o sistema penitenciário potiguar e comentou da importância dos municípios para a segurança pública. Confira a entrevista completa:

Visor Político – Qual avaliação a secretária faz dos seis primeiros meses na Sesed?

Kalina Leite – Temos consciência que existe muito o que fazer. O primeiro semestre serviu muito para mapeamento, para adotarmos diretrizes para o futuro. Foram mudanças pertinentes. Os números demonstram que estamos no caminho certo. Maior exemplo é a redução dos CVLIs (Crimes Violentos Letais Intencionais), que caiu quase 14%.

VP – A Sesed fala muito que tem conseguido reduzir o número de crimes. Hoje, você falaria para um popular que ele pode sair tranquilo nas ruas de Natal?

KL – Talvez eu, por ter informação privilegiada, me desloque com bem tranquilidade. Risco nós corremos em qualquer lugar do Brasil. Até nas áreas rurais do Estado. Depende, inclusive para onde você está indo, pois existem áreas mais perigosas. As pessoas precisam estar atentas a isso.

VP – Qual a importância dos municípios no processo de redução da criminalidade?

KL – Segurança pública não faz apenas com a polícia. Embora estejamos investindo, já que a preocupação do governador é muito grande na área de segurança pública, a polícia é o último recurso da população. Quando tudo falha, como a família, escola e programas de assistência, termina na polícia. É evidente a necessidade de participação do município. Tudo passa pela educação. No Brasil a maior população carcerária, maior delinquência e maior utilização da droga, está na camada de jovens. Isso é demonstração da falha de política de base. Temos que evoluir nessa perspectiva de trabalho conjunto.

VP – A secretária concorda com a redução da maioridade penal?

KL – Acho um tema bem complexo. Infelizmente, nosso sistema sócio educativo não ressocializa. Se tivéssemos um sistema bem eficaz, eu não veria problema na redução, pois isso garantiria que aquele menino sairia profissionalizado, com base sedimentada. Mas isso não acontece. Por isso não sou favorável a redução. Colocar um garoto no sistema prisional não vai trazer resultado. Ainda mais em um sistema penitenciário caótico como é em todo o Brasil.

VP – O quanto a situação do sistema penitenciário do RN atrapalha a Sesed?

KL – Primeiro, canalizamos um grande número de policiais para fazer a guarda externa dos presídios. Isso faz com que policiais deixem de estar nas ruas. Segundo, praticamente todas as revistas que são feitas, os PMs que fazem. Isso também tira o PM da rua. Terceiro, a vulnerabilidade com fugas é muito grande. Até mesmo quando o detento cumpre a pena, ele volta a reincidir. O sistema é muito fraco.

VP – A secretária sempre fala das dificuldades de gerir a Sesed, principalmente pela falta de efetivo. Você se sente frustrada em não conseguir baixar a criminalidade mais rapidamente?

KL – Um fator que impede muito de desenvolver com rapidez e mais eficiência as políticas de segurança, realmente é a questão do efetivo. Mesmo com a boa vontade do governador, de incrementar no que for preciso o sistema de segurança, nós ficamos limitados. Então realmente é um pouco frustrante sim. Sabemos que se tivéssemos as condições ideais, nós conseguiríamos ser mais proativos.

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