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sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Garibaldi pensa em voltar ao governo

Não é nada boa, no centro administrativo de Lagoa Nova, a repercussão obtida pelo primeiro pronunciamento em que o ministro da Previdência, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB), falou em tentar retornar à chefia do executivo potiguar em 2.014, quando a governadora Rosalba Ciarlini, ainda sua correligionária formal, espera se reeleger. Ele discursava num evento ligado a uma candidatura a vereador, na sede do Pâmpano Esporte Clube, na praia do Meio, quando subitamente perguntou se os presentes tinham saudade do tempo em que governava o Rio Grande do Norte e, diante da confirmação, especulou: "Quem sabe daqui a dois anos eu volte para encerrar minha vida pública por aqui?"


Para piorar, ainda ontem o deputado federal Henrique Eduardo Alves, primo de Garibaldi Filho e presidente regional e líder do PMDB na câmara baixa do país, se empenhou em projetar a imagem de quem não tem nada a ver com ações setoriais do governo dela. Poucas horas depois de começar a circular em Natal a informação de que o parlamentar havia emplacado a nomeação de um amigo e correligionário para a segunda principal posição na secretaria estadual de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, ele procurou desmentir a informação, assegurando que a seu ver o DNA da escolha é o do deputado estadual Gustavo Fernandes, seu liderado no mesmo partido.

Auxiliares de Rosalba se perguntavam ontem se com sua performance Garibaldi Filho procurou começar a mostrar ao Rio Grande do Norte que já cogita de se afastar dela até ao ponto de enfrentá-la nas urnas, principalmente apresentando-se como o candidato do palácio do Planalto, da presidente Dilma Rousseff e da base política de apoio a esta contra o único governador do Dem em todo o país.

Salientam que há algum tempo Garibaldi demonstra em particular descontentamento com a gestão de Rosalba. Ele nunca a perdoou e ao marido e principal conselheiro político de Rosalba, o fazendeiro e ex-deputado Carlos Augusto Rosado, por negar ao deputado estadual Walter Alves, seu filho e liderado no PMDB, a presidência da Assembléia Legislativa, numa costura iniciada pelo vice-governador Robinson Faria, presidente regional do PSD e hoje desafeto do casal. De algum tempo para cá, tem feito críticas a ações da Governadora, e quando esta lhe pediu nomes para as secretarias de Justiça e de Turismo, ele se recusou a fazer qualquer indicação. Reclama, entre amigos, contra o esvaziamento que Rosalba e Carlos Augusto impuseram à única pasta ainda chefiada por uma pessoa de sua confiança, a de Trabalho, Habitação e Assistência Social, e mais recentemente fez questão de demonstrar sua desaprovação à decretação de calamidade pública na área da saúde.
Quanto a Henrique Eduardo, os rosalbistas só dizem que ultimamente ele parece estar evitando aparecer ao lado da Governadora em eventos que, em outros tempos, não perderia de modo algum a oportunidade de figurar como - na expressão deles - "papagaio de pirata".
nominuto.com

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