Não é nada boa, no centro administrativo de Lagoa
Nova, a repercussão obtida pelo primeiro pronunciamento em que o ministro da
Previdência, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB), falou em tentar retornar à
chefia do executivo potiguar em 2.014, quando a governadora Rosalba Ciarlini,
ainda sua correligionária formal, espera se reeleger. Ele discursava num evento
ligado a uma candidatura a vereador, na sede do Pâmpano Esporte Clube, na praia
do Meio, quando subitamente perguntou se os presentes tinham saudade do tempo
em que governava o Rio Grande do Norte e, diante da confirmação, especulou:
"Quem sabe daqui a dois anos eu volte para encerrar minha vida pública por
aqui?"
Para piorar, ainda ontem o deputado federal
Henrique Eduardo Alves, primo de Garibaldi Filho e presidente regional e líder
do PMDB na câmara baixa do país, se empenhou em projetar a imagem de quem não
tem nada a ver com ações setoriais do governo dela. Poucas horas depois de
começar a circular em Natal a informação de que o parlamentar havia emplacado a
nomeação de um amigo e correligionário para a segunda principal posição na
secretaria estadual de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, ele procurou
desmentir a informação, assegurando que a seu ver o DNA da escolha é o do
deputado estadual Gustavo Fernandes, seu liderado no mesmo partido.
Auxiliares de Rosalba se perguntavam ontem se com
sua performance Garibaldi Filho procurou começar a mostrar ao Rio Grande do
Norte que já cogita de se afastar dela até ao ponto de enfrentá-la nas urnas,
principalmente apresentando-se como o candidato do palácio do Planalto, da
presidente Dilma Rousseff e da base política de apoio a esta contra o único governador
do Dem em todo o país.
Salientam que há algum tempo Garibaldi demonstra em
particular descontentamento com a gestão de Rosalba. Ele nunca a perdoou e ao
marido e principal conselheiro político de Rosalba, o fazendeiro e ex-deputado
Carlos Augusto Rosado, por negar ao deputado estadual Walter Alves, seu filho e
liderado no PMDB, a presidência da Assembléia Legislativa, numa costura
iniciada pelo vice-governador Robinson Faria, presidente regional do PSD e hoje
desafeto do casal. De algum tempo para cá, tem feito críticas a ações da
Governadora, e quando esta lhe pediu nomes para as secretarias de Justiça e de
Turismo, ele se recusou a fazer qualquer indicação. Reclama, entre amigos,
contra o esvaziamento que Rosalba e Carlos Augusto impuseram à única pasta
ainda chefiada por uma pessoa de sua confiança, a de Trabalho, Habitação e
Assistência Social, e mais recentemente fez questão de demonstrar sua
desaprovação à decretação de calamidade pública na área da saúde.
Quanto a Henrique Eduardo, os rosalbistas só dizem
que ultimamente ele parece estar evitando aparecer ao lado da Governadora em
eventos que, em outros tempos, não perderia de modo algum a oportunidade de
figurar como - na expressão deles - "papagaio de pirata".
nominuto.com
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