A
curiosidade literária foi herdada do pai, Agnelo Alves. O interesse pelo
jornalismo, que exerceu nos idos dos anos 70, também. Mas o ingresso na
política partidária teve bem mais influência das lideranças com quem conviveu
no Rio de Janeiro, durante o curso de Direito, na Universidade Católica Santa
Úrsula. "Quando conclui o curso, já tinha a ideia amadurecida de entrar na
vida pública", afirmou o pedetista Carlos Eduardo Nunes Alves, 53 anos.
Ele é o sexto e último candidato a prefeito de Natal que tem seu perfil
publicado na TRIBUNA DO NORTE.
Ao rememorar o passado, Carlos Eduardo revela as peculiaridades da trajetória que o levou a exercer por quase dez anos o mandato de deputado estadual; por seis anos o mandato de prefeito Natal e uma gestão de quatro anos e meio como secretário de Estado. De cara, ele confessa que, na juventude, seus planos eram outros. O desejo era seguir a carreira acadêmica, mas enveredou pela política e o enredo dessa trajetória tem ingredientes que vão além dos laços familiares.
Apesar
de nascido em uma família tradicional da política do Rio Grande do Norte, a
universidade é que foi determinante para o exercício da política. No
ambiente universitário carioca, se aproximou do meio político, principalmente,
da Juventude Socialista do PDT e se envolveu nas mobilizações pró-Diretas. No
clima da redemocratização, a carreira político-partidária ganhou força.
"Minha universidade, como tantas outras realiza palestras que levavam a um
enriquecimento muito grande e ao envolvimento", disse o pedetista.
Hoje, Carlos Eduardo se autodenomina "um homem determinado e de convicções firmes, um social democrata". "Meu perfil", disse ele, "é de alguém que acredita no estado enquanto força motriz do desenvolvimento, em parceria com a iniciativa privada". O pedetista entende que "as instituições da sociedade devem ser organismos vivos de consciência crítica permanente, para que se tenha governos melhores".
Desde a primeira candidatura, em 1986, aos 27 anos, já formado em Direito, passaram-se 26 anos e muita coisa mudou, especialmente, a partir de 2002, quando decidiu trilhar um caminho próprio na política potiguar, descolado da família. Nesse ano, rompeu com o PMDB, após mais de 15 anos de atuação no partido - dos quais, quase dez como deputado estadual. Filiou-se ao PSB, partido onde permaneceu até abril de 2009.
Essa postura deve-se - pelo que ele mesmo define - à sua "natureza rebelde, que o levou a ser sempre questionador, e ao desejo de "liberdade e de independência". No escritório que mantém em seu apartamento, recanto onde relaxa e faz suas reflexões, Carlos Eduardo revela não ter mágoa, nem ressentimentos.
"Onde estava", disse o pedetista, referindo-se ao PMDB, "se exauriu qualquer condição de convivência política". Ao avaliar as decisões passadas, ele disse que não se arrepende e que está orgulhoso por defender uma legenda que tem história no Brasil. "Parei num partido, onde todos confiam na nossa condução, como presidente e como liderança", afirmou Carlos Eduardo, reconhecendo que não tem sido fácil conduzir uma carreira solo.
"Têm muitos obstáculos. Vi agora nessa eleição, com esse episódio que quiseram me cassar, reprovando minhas contas, como é difícil caminhar só", observou o político. Ele defende que na vida pública é preciso "correr atrás dos desafios, arriscar e ter coragem para lutar pelos nossos sonhos". Foi o que fez, em 2010, já no PDT, ao sair candidato ao Governo. "Dei uma de estudante de 18 anos, porque não tinha chances, mas acreditava, tinha um sonho de chegar ao governo e valeu a luta", afirma o pedetista, que tenta seu terceiro mandato na Prefeitura de Natal.
Fora a política, cultiva o hábito da leitura, uma de suas paixões. "Sempre que posso estou fazendo uma nova leitura. O livro é tudo", observa o pedetista, que por vários anos exerceu a função de repórter. Até sua ida para a capital carioca, em 1983, para estudar Direito, atuou como repórter do caderno Cidades da TN. De todas as pautas que cumpriu, lembra uma específica, que envolveu 'Eliseu Satanás', um fiscal da Secretaria de Serviços Urbanos, que ganhou fama na cidade, na década de 70, por derrubar barracos e construções ilegais, "sem dó, nem piedade".
A matéria denunciava o fechamento de um beco, no bairro de Santos Reis, com aval de Eliseu. A passagem era usada desde a segunda guerra mundial, por pescadores e moradores, para encurtar o caminho até a praia. A publicação levou Eliseu à porta do jornal para "tomar satisfação". "Não me preocupei com vingança dele e depois", recorda Carlos Eduardo, "a prefeitura mandou derrubar o muro e eu voltei lá e fiz matéria de novo, dizendo que o muro tinha sido derrubado e que o brutamonte da prefeitura estava desmoralizado".
4 perguntas para Carlos
Qual o seu trunfo para chegar à vitória?
Creio que a nossa administração que foi aprovada pelo povo de Natal é nosso maior trunfo. Ela ficou na memória do povo de Natal. Diante desse caos, me vejo convocado, aonde vou, aonde chego, em qualquer parte de Natal. Minha candidatura se impôs e isso, num partido pequeno, sem que tivesse apoio de nenhuma liderança do Rio Grande do Norte, de nenhum grande partido, e sem aliados. Hoje, nós temos um grande arco de alianças, mas devo isso ao povo de Natal.
Qual cara terá sua campanha?
Será uma campanha de propostas para o presente e para o futuro de Natal. Propostas de quem tem a experiência vitoriosa e de alguém que as pessoas podem ver que já fez e que pode fazer muito mais de novo.
Como seus adversários serão tratados?
Vamos fazer uma discussão sobre os problemas e as soluções. Eu conheço Natal e temos soluções para cada um dos problemas que a cidade vem acumulando.
Qual foco terá seu discurso?
Emergencialmente nós temos que recuperar a capacidade de investimento da prefeitura. Natal investia 17% de sua receita bruta, o que significava, anualmente, 140 milhões de reais, aproximadamente. Isso dava condição de a gente fazer projetos, obras, programas e ser parceiro do governo estadual e do governo federal. Depois de revisar todos os contratos terceirizados, temos que verificar até o uso de celular e gasolina, porque é preciso ter um regime de austeridade. Precisamos reestruturar setores essenciais, como a limpeza da cidade, a saúde e a educação, e a partir daí retomar os projetos que foram parados. Entendo também que Natal precisa cuidar da sua qualidade de vida e ter um crescimento sustentável.
Opinião de quem o conhece
"Carlos Eduardo é sério e responsável. Homem de família, tem se mostrado ao longo dos anos em sua vida pública e privada uma pessoa comprometida com seus objetivos. Dono de genuíno espírito público, tem condição fundamental para ocupar a função de gestor".
Márcia Maia - deputada estadual
"É uma pessoa muito Íntegra. Uma pessoa dedicada ao trabalho, que conhece cada canto dessa cidade. O que sempre observei e que me surpreendeu é a preocupação em acompanhar aspectos técnicos dos projetos. Ele tem o interesse de entender os detalhes técnicos e de estabelecer prioridades".
Virgínia Ferreira - economista
Ficha
Nome: Carlos Eduardo Nunes Alves
Idade: 53 anos
Filiação partidária: PDT
Naturalidade: Rio de Janeiro (RJ)
Grau de instrução: superior (Direito)
Ocupação: Advogado
Eleições em que foi candidato:
1986 - Deputado Estadual - RN (PMDB)
Votação: 24.367
1990 - Deputado Estadual - RN (PMDB)
Votação: 14.920
1994 - Deputado Estadual - RN (PMDB)
Votação: 21.556
2000 - Vice-prefeito - Natal, na chapa Wilma de Faria, coligação PMDB/PSB
Votação: 178.016
2004 - Prefeito - Natal (PMDB)
Votação: 137.664
2010 - Governador (PDT)
Votação: 160.828
Fonte: TRE/RN
Hoje, Carlos Eduardo se autodenomina "um homem determinado e de convicções firmes, um social democrata". "Meu perfil", disse ele, "é de alguém que acredita no estado enquanto força motriz do desenvolvimento, em parceria com a iniciativa privada". O pedetista entende que "as instituições da sociedade devem ser organismos vivos de consciência crítica permanente, para que se tenha governos melhores".
Desde a primeira candidatura, em 1986, aos 27 anos, já formado em Direito, passaram-se 26 anos e muita coisa mudou, especialmente, a partir de 2002, quando decidiu trilhar um caminho próprio na política potiguar, descolado da família. Nesse ano, rompeu com o PMDB, após mais de 15 anos de atuação no partido - dos quais, quase dez como deputado estadual. Filiou-se ao PSB, partido onde permaneceu até abril de 2009.
Essa postura deve-se - pelo que ele mesmo define - à sua "natureza rebelde, que o levou a ser sempre questionador, e ao desejo de "liberdade e de independência". No escritório que mantém em seu apartamento, recanto onde relaxa e faz suas reflexões, Carlos Eduardo revela não ter mágoa, nem ressentimentos.
"Onde estava", disse o pedetista, referindo-se ao PMDB, "se exauriu qualquer condição de convivência política". Ao avaliar as decisões passadas, ele disse que não se arrepende e que está orgulhoso por defender uma legenda que tem história no Brasil. "Parei num partido, onde todos confiam na nossa condução, como presidente e como liderança", afirmou Carlos Eduardo, reconhecendo que não tem sido fácil conduzir uma carreira solo.
"Têm muitos obstáculos. Vi agora nessa eleição, com esse episódio que quiseram me cassar, reprovando minhas contas, como é difícil caminhar só", observou o político. Ele defende que na vida pública é preciso "correr atrás dos desafios, arriscar e ter coragem para lutar pelos nossos sonhos". Foi o que fez, em 2010, já no PDT, ao sair candidato ao Governo. "Dei uma de estudante de 18 anos, porque não tinha chances, mas acreditava, tinha um sonho de chegar ao governo e valeu a luta", afirma o pedetista, que tenta seu terceiro mandato na Prefeitura de Natal.
Fora a política, cultiva o hábito da leitura, uma de suas paixões. "Sempre que posso estou fazendo uma nova leitura. O livro é tudo", observa o pedetista, que por vários anos exerceu a função de repórter. Até sua ida para a capital carioca, em 1983, para estudar Direito, atuou como repórter do caderno Cidades da TN. De todas as pautas que cumpriu, lembra uma específica, que envolveu 'Eliseu Satanás', um fiscal da Secretaria de Serviços Urbanos, que ganhou fama na cidade, na década de 70, por derrubar barracos e construções ilegais, "sem dó, nem piedade".
A matéria denunciava o fechamento de um beco, no bairro de Santos Reis, com aval de Eliseu. A passagem era usada desde a segunda guerra mundial, por pescadores e moradores, para encurtar o caminho até a praia. A publicação levou Eliseu à porta do jornal para "tomar satisfação". "Não me preocupei com vingança dele e depois", recorda Carlos Eduardo, "a prefeitura mandou derrubar o muro e eu voltei lá e fiz matéria de novo, dizendo que o muro tinha sido derrubado e que o brutamonte da prefeitura estava desmoralizado".
4 perguntas para Carlos
Qual o seu trunfo para chegar à vitória?
Creio que a nossa administração que foi aprovada pelo povo de Natal é nosso maior trunfo. Ela ficou na memória do povo de Natal. Diante desse caos, me vejo convocado, aonde vou, aonde chego, em qualquer parte de Natal. Minha candidatura se impôs e isso, num partido pequeno, sem que tivesse apoio de nenhuma liderança do Rio Grande do Norte, de nenhum grande partido, e sem aliados. Hoje, nós temos um grande arco de alianças, mas devo isso ao povo de Natal.
Qual cara terá sua campanha?
Será uma campanha de propostas para o presente e para o futuro de Natal. Propostas de quem tem a experiência vitoriosa e de alguém que as pessoas podem ver que já fez e que pode fazer muito mais de novo.
Como seus adversários serão tratados?
Vamos fazer uma discussão sobre os problemas e as soluções. Eu conheço Natal e temos soluções para cada um dos problemas que a cidade vem acumulando.
Qual foco terá seu discurso?
Emergencialmente nós temos que recuperar a capacidade de investimento da prefeitura. Natal investia 17% de sua receita bruta, o que significava, anualmente, 140 milhões de reais, aproximadamente. Isso dava condição de a gente fazer projetos, obras, programas e ser parceiro do governo estadual e do governo federal. Depois de revisar todos os contratos terceirizados, temos que verificar até o uso de celular e gasolina, porque é preciso ter um regime de austeridade. Precisamos reestruturar setores essenciais, como a limpeza da cidade, a saúde e a educação, e a partir daí retomar os projetos que foram parados. Entendo também que Natal precisa cuidar da sua qualidade de vida e ter um crescimento sustentável.
Opinião de quem o conhece
"Carlos Eduardo é sério e responsável. Homem de família, tem se mostrado ao longo dos anos em sua vida pública e privada uma pessoa comprometida com seus objetivos. Dono de genuíno espírito público, tem condição fundamental para ocupar a função de gestor".
Márcia Maia - deputada estadual
"É uma pessoa muito Íntegra. Uma pessoa dedicada ao trabalho, que conhece cada canto dessa cidade. O que sempre observei e que me surpreendeu é a preocupação em acompanhar aspectos técnicos dos projetos. Ele tem o interesse de entender os detalhes técnicos e de estabelecer prioridades".
Virgínia Ferreira - economista
Ficha
Nome: Carlos Eduardo Nunes Alves
Idade: 53 anos
Filiação partidária: PDT
Naturalidade: Rio de Janeiro (RJ)
Grau de instrução: superior (Direito)
Ocupação: Advogado
Eleições em que foi candidato:
1986 - Deputado Estadual - RN (PMDB)
Votação: 24.367
1990 - Deputado Estadual - RN (PMDB)
Votação: 14.920
1994 - Deputado Estadual - RN (PMDB)
Votação: 21.556
2000 - Vice-prefeito - Natal, na chapa Wilma de Faria, coligação PMDB/PSB
Votação: 178.016
2004 - Prefeito - Natal (PMDB)
Votação: 137.664
2010 - Governador (PDT)
Votação: 160.828
Fonte: TRE/RN
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