Os primeiros anos da década de 80 foram
marcantes para o jovem universitário que entrava na fase de conclusão do curso
de Direito, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e ingressava, em
1982, numa das instituições mais antigas do país, a Caixa Econômica Federal.
Começava para Hermano da Costa Morais não apenas uma carreira de bancário que,
na próxima quinta-feira, 9 de agosto, completa exatos 30 anos, mas uma
trajetória profissional, com participação ativa no movimento sindical, e que
seria o pontapé para a vida político-partidária.
Dez anos depois, em 1992, Hermano ingressou na
política partidária, subiu aos palanques e se elegeu para o primeiro mandato no
legislativo municipal de Natal. O deputado estadual Hermano Morais (PMDB) é o
quinto candidato à prefeito de Natal que tem seu perfil publicado na TRIBUNA DO
NORTE. Aos 50 anos de vida, tem 20 deles dedicados à política. Na política,
disse Hermano Morais, "a missão do político, em qualquer tempo, é deixar
um legado positivo para as futuras gerações".
"A política", asseverou, "é um
caminho para, de forma mais rápida e eficiente, mais ampla também, podermos
contribuir para a construção de uma sociedade mais justa". Conhecido
pelo ar sério e austero, Hermano mede as palavras. Pensa e reflete, sempre,
antes de falar. Considera-se hoje um homem mais experiente, mas que, nem por
isso, deixa de lado a busca por novos conhecimentos.
"Conduzi esses 20 anos de vida política com a
preocupação sempre de adquirir novos conhecimentos, de estar mais preparado
para representar o povo", afirma. Hermano revela outra característica que,
ao longo da vida pública, fez questão de sustentar: a postura de intransigência
em relação a qualquer prática de corrupção.
O ativismo político esteve presente na vida de
Hermano desde os bancos do colégio. Durante toda a vida escolar, sempre foi
apontado como o representante, o líder de classe. Na UFRN, logo no início do
curso de Direito, em 1979, já começou ativamente a participar das ações para
reerguer o Centro Acadêmico Amaro Cavalcanti, fechado pela ditadura militar, e
depois foi diretor da entidade.
A militância apurou o gosto pela política.
"Eu sempre tive um perfil agregador, de liderança, reconhecido pelos
colegas e amigos e, em determinado momento, eles me estimularam a ingressar na
política partidária", conta o deputado, que agora entra pela segunda vez
numa disputa majoritária. A primeira foi como candidato a vice-prefeito, na
chapa de João Faustino, em 1996.
Com passagens pelo PSDB e PSB, Hermano Morais
retomou, em 2005, "as origens", como disse, ao reingressar no PMDB,
primeiro partido ao qual foi filiado e onde, segundo ele, pretende encerrar sua
carreira política. Relembrando sua trajetória, Hermano disse que, no
começo da militância, a luta empreendida era pelo reconhecimento da condição profissional
de bancário dos que atuavam na Caixa.
"Na época, embora a Caixa fosse uma das mais
antigas do Brasil", recorda Hermano, "ela não reconhecia nossa
condição de bancário e, por conseguinte, nosso direito à sindicalização".
Ao participar ativamente da luta, terminou por dirigir, duas vezes, a
Associação dos Funcionários da Caixa (APCEF-RN). Depois, passou a
integrar o Conselho Nacional da FENAE - Federação Nacional das Associações de
Empregados da Caixa.
"Enquanto bancário", conta o deputado,
"pude adquirir muita experiência. Foi uma época de grandes lutas. Nós
reivindicamos e também conquistamos o direito a uma jornada de trabalho igual
aos demais bancários". Já a militância sindical e a gestão na Associação,
por quatro anos, disse Hermano, "foi muito importante como experiência
política e de vida, mas também de satisfação pessoal".
Na vida profissional, Hermano desempenhou várias
funções na Caixa, inclusive a gerência de uma agência em Natal, na época
descapitalizada. "Foi um desafio. A agência passava por dificuldades e,
num trabalho de equipe, nós conseguimos promovê-la, deixando-a entre as de
maior desempenho no Estado", recorda.
No Legislativo Municipal, além de ter sido
coordenador da Frente Parlamentar Municipal em Defesa dos Direitos da Criança e
do Adolescente, Hermano foi um dos fundadores do Parlamento Comum da Região
Metropolitana de Natal. Por mais de uma vez foi eleito parlamentar do ano pelos
jornalistas que cobrem os trabalhos da Câmara Municipal do Natal.
Ficha
Nome: Hermano da
Costa Morais
Idade: 50 anos
Filiação partidária: PMDB
Naturalidade: Natal (RN)
Grau de instrução: superior (Direito)
Ocupação: bancário e advogado (atualmente, é deputado estadual)
Eleições em que foi candidato:
1992 - Vereador - Natal (PMDB)
Votação: 3.604
1996 - Vice-prefeito, na chapa de João Faustino -
Natal (PSDB)
Votação: 66.227
2000 - Vereador - Natal (PSDB)
Votação: 6.556
2004 - Vereador - Natal (PSB)
Votação: 8.814
2006 - Deputado Federal- Rio Grande do Norte (PMDB)
Votação: 29.136
2008 - Vereador - Natal (PMDB)
Votação: 9.386
2010 - Deputado Estadual - Rio Grande do Norte
(PMDB)
Votação: 35.294
4 perguntas para Hermano
Qual o seu trunfo para chegar à vitória?
O trabalho já realizado em prol da cidade, como
vereador e deputado, e a trajetória de um político que encara essa atividade,
tão nobre, mas hoje, tão depreciada, como uma missão em favor de quem mais
precisa. Todos os meus mandatos foram sempre dedicados a causas coletivas. Além
disso, sempre tive o cuidado de zelar pela confiança depositada pelo povo de
Natal e do Rio Grande do Norte, ao longo de 20 anos de vida pública, sem
nenhuma nódoa.
Como seus adversários serão tratados?
Pretendo promover o debate de idéias, com
apresentação da nossa plataforma de governo. Mas vamos para um debate franco
porque queremos apresentar propostas exequíveis, cujas soluções nós pretendemos
viabilizar através de ações compartilhadas com Estado e União, que também têm
responsabilidade com a cidade.
Qual cara terá sua campanha?
Da coragem, da determinação, da vontade de servir
a Natal, cidade onde nasci, me criei e que tanto amo. Terá a marca da
austeridade.
Qual foco terá seu discurso?
Primeiro, de modernização da gestão pública de
nossa cidade. Natal é uma cidade, hoje, com mais de 800 mil habitantes, que
ainda não assumiu a liderança do processo de desenvolvimento da região
metropolitana, que abriga 42% de toda a população do Estado. Segundo,
defendemos um desempenho mais eficiente, que possa, através de um planejamento
integrado, promover o desenvolvimento sustentável da capital e dos municípios
circunvizinhos. Terceiro, a busca da eficiência na aplicação dos recursos
públicos, que nós sabemos que são limitados e que precisam ser bem
direcionados.
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