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sexta-feira, 1 de junho de 2012

Municípios Potiguares não têm plano de ação contra a dengue e perdem acréscimo de 20% no repasse

Apesar do crescente número de casos de dengue, considerado alarmante pela Secretaria Estadual de Saúde, os municípios potiguares com índices de risco mais alto pela epidemia não definiram seus planos de ação para conter a doença. Segundo a subcoordenadora da Vigilância Epidemiológica, esses planos estão sendo produzidos, sob a supervisão da Sesap, mas não foram finalizados. O Ministério da Saúde instituiu um acréscimo de 20% no repasse de 35 municípios, considerados de alto risco, para destinar a ações de prevenção e combate à dengue. A destinação para o Rio Grande do Norte foi orçada em cerca de R$ 1,75 milhão.


A Sesap está trabalhando em conjunto com os 35 municípios que têm um alto risco de desenvolver epidemia, por uma portaria publicada em outubro do ano passado em um plano de ação para o combate à dengue. Segundo a portaria 2.557, os municípios devem receber um acréscimo de 20% no repasse relacionado à vigilância epidemiológica para "qualificação das ações de prevenção e controle da dengue destinado ao Distrito Federal e Municípios prioritários".

A verba só será repassada após o envio do plano de contingência para o Ministério da Saúde. "Estamos trabalhando nisso. Os municípios enviaram um esboço e estamos considerando as particularidades de cada local para terminar o trabalho", diz Juliana. Segundo informações do Datasus, apenas seis municípios dos 35 receberam o repasse. São eles: Jaçanã, Lagoa de Velhos, Macau, São Miguel, São Paulo do Potengi e Sítio Novo.

O recurso disponibilizado pelo Governo Federal deve ser destinado a garantir a quantidade adequada de agentes de endemias, uma cobertura plena em termos de visitas aos domicílios, além de melhorias na notificação de casos, entre outros procedimentos de prevenção e combate. O carro fumacê, por exemplo, é uma ferramenta utilizada em último caso, segundo a Vigilância Epidemiológica. Até agora 25 municípios precisaram desse tipo de procedimento, incluindo Natal. Há cinco municípios adicionais em análise.

Os esforços para combater a proliferação da dengue se mostram mais urgentes porque a epidemia já foi diagnosticada pela Sesap. Em 2012 já foram notificados 13.724 casos até a semana 20, sendo que 31 óbitos são suspeitos de terem sido causados pela Dengue, o que chama a atenção para os casos graves da doença, que afeta todo o Estado, que possui 62 municípios com alta incidência da dengue. Outros 45 estão com média incidência da doença. Três mortes foram confirmadas como causadas pela dengue. Por sua vez, o índice de infestação predial por mosquitos da dengue já superou os 4% em 25 municípios. O Ministério da Saúde preconiza que esse índice não ultrapasse o nível de 1%.

A prevenção da Dengue depende também de uma coleta regular de lixo e materiais como pneus, um eficiente sistema de abastecimento de água, que reduz a necessidade de armazenamento de água em tonéis, ações educativas desenvolvidas nas escolas, entre outras ações a serem desenvolvidas de forma conjunta. Os municípios ficam responsáveis pelo combate preventivo à proliferação do mosquito.

Subnotificação é um dos entraves para o combate

Um dos problemas mais comuns no combate à dengue, segundo Juliana Araújo (na foto), é a subnotificação. Há muitos casos que não chegam às estatísticas do poder público. Isso dificulta, segundo a subcoordenadora, o diagnóstico da epidemia. "Isso dificulta a avaliação da autoridade sanitária, que não tem como dizer de forma rápida se já se tem uma situação de epidemia", diz Juliana.

Além disso, os municípios tem dificuldade de fazer a investigação dos casos suspeitos. Assim, as estatísticas nunca são consolidadas. Em 2008, por exemplo, dos mais de 40 mil casos suspeitos, apenas 13 mil foram confirmados. Vários fatores ocorrem para provocar essa situação, desde a falta de pessoal até a demora para que o exame clínico seja feito.
Da Tribuna do Norte

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