O
irmão do radialista Rodrigo Vieira Emereciano, mais conhecido como Mução, está
sendo apontado pela Polícia Federal (PF) como responsável pelos crimes de
pedofilia pelos quais o humorista havia sido acusado e preso, na última
quinta-feira (28), em Fortaleza. A informação foi repassada pela PF em coletiva
de imprensa, na noite de ontem, no Recife, para explicar a reviravolta sofrida
pela investigação do grupo desbaratado na operação Dirty Net, deflagrada em 11
estados e no Distrito Federal.
"Durante seu interrogatório, além das senhas pessoais, o irmão do investigado admitiu que criou e-mails e perfis de usuários em nome daquele [Mução], através dos quais acessou, por diversas vezes e em diferentes ocasiões e localidades, programas de compartilhamento de dados usados para divulgação e troca de imagens contendo cenas de sexo explícito e pornográficas, como se o investigado fosse", diz a PF em material divulgado à imprensa.
"Durante seu interrogatório, além das senhas pessoais, o irmão do investigado admitiu que criou e-mails e perfis de usuários em nome daquele [Mução], através dos quais acessou, por diversas vezes e em diferentes ocasiões e localidades, programas de compartilhamento de dados usados para divulgação e troca de imagens contendo cenas de sexo explícito e pornográficas, como se o investigado fosse", diz a PF em material divulgado à imprensa.
"Após a prisão, durante as buscas e interrogatórios, foi levantada - pelo
próprio investigado - a possibilidade de os acessos terem sido feitos por uma
terceira pessoa, com acesso amplo e irrestrito ao suspeito, aos seus locais de
residência e trabalho, bem como aos seus dados pessoais. Assim, a partir dos
dados fornecidos no interrogatório, novas diligências foram feitas, culminando
com a identificação, intimação e a consequente confissão do irmão do
investigado, o qual ocupava um cargo de direção na empresa deste",
continua a nota da Polícia Federal.
Justiça Federal manda soltar radialista
Por volta das 20h de ontem, os advogados Valdir Xavier e Bruno Coelho da
Silveira, que representam o radialista, chegaram à sede da PF em Pernambuco
para entregar aos investigadores um mandado expedido pela 13ª vara da Justiça
Federal em Pernambuco, que revoga o pedido de prisão que mantinha o humorista
detido. Eles deixaram o local, acompanhados de Mução, por volta das 21h.
"Achamos que seria temerário demais mandar para o presídio uma pessoa
sobre a qual paira uma dúvida sobre sua inocência", disse o delegado
Nilson Antunes.
"Deixamos claro desde os primeiros momentos que não houve envolvimento de
Rodrigo e que havia confiança irrestrita na Justiça e nas investigações da
Polícia Federal", assegurou o advogado Valdir Xavier, que acompanha o caso
desde Fortaleza (CE), onde aconteceu a prisão. O outro advogado é pernambucano
e está dando apoio na defesa do radialista. Mução chegou ao Recife por volta
das 8h40 desta sexta. Ele depôs durante a manhã, houve um intervalo no horário
do almoço e o depoimento continuou até a noite.
O humorista teve a prisão temporária decretada pela Justiça Federal em
Pernambuco. Ele morava no Recife até se mudar para Fortaleza, onde estaria há
cerca de três meses.
De acordo com Nilson Antunes, diretor regional de Combate ao Crime Organizado
da PF, os dados obtidos ao longo das investigações já comprovam o envolvimento
do suspeito. "Já temos provas robustas da participação dessa pessoa no
cometimento desses crimes. São provas técnicas que não temos como materializar,
análise de transmissão de dados, de material de informática", afirmou, em
entrevista coletiva concedida na quinta-feira (28).
As investigações da Operação Dirty Net, que foi realizada em 11 estados e no
Distrito Federal, começaram há cerca de seis meses. No total, 18 pessoas foram
detidas. Além do humorista, outras prisões ocorreram no Rio Grande do Sul (duas
em Porto Alegre, uma em Esteio e duas em Santa Maria), Minas Gerais (três
prisões), Paraná (uma em Foz do Iguaçu), São Paulo (uma na capital), Rio de
Janeiro (duas na capital) e Espírito Santo (uma na Grande Vitória).
Tribuna do Norte
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