“Nós
temos um problema estrutural gravíssimo. Nós precisamos atender a esse doente
quase terminal que é o Município”.
A
afirmação foi feita pelo presidente da Confederação Nacional de Municípios,
Paulo Ziulkoski, durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta
segunda-feira, dia 12 de maio, na Câmara dos Deputados. No encontro com a
imprensa nacional, o presidente da CNM lançou a XVII Marcha a Brasília em
Defesa dos Municípios.
Ele
mostrou o enfraquecimento do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e a
consequente crise fiscal enfrentada por esses entes.
Ziulkoski
ainda alertou para o crescente repasse de atribuições feito às administrações
municipais. “Há o crescimento da municipalização de obrigações, especialmente
nas áreas de Educação e Saúde”, disse. Ele reafirmou que crescem as demandas e
diminuem os repasses, inclusive do FPM. “A União continua tomando posse dos
nossos recursos e repassando atribuições”.
Em
sua apresentação, o presidente da CNM destacou que em 1989, no primeiro ano de
aplicação plena da Constituição, apesar do FPM ser composto por apenas 20,5% do
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Imposto de Renda (IR), ele
respondia por 15% da denominada Receita Administrada pela Receita Federal. Em
2012, mesmo com ampliação para 23,5% do IPI e IR, esse percentual caiu para 10%
da Receita Administrada. Ziulkoski alertou para o fato de que, de um total de
5.568 Municípios, cerca de quatro mil vive quase que exclusivamente do Fundo.
Segundo
Ziulkoski, isso ocorreu porque o IPI e o IR, que responderam por 72,7% da
receita administrada em 1989, não chegaram a 43% em 2013. Ziulkoski mostrou
relatório do Tribunal de Contas da União que aponta: o total das desonerações
do IPI no período de 2008 a 2012 somou R$ 80 bilhões, enquanto que no IR somou
R$ 247,7 bilhões. “É quase um ano de arrecadação”, ponderou.
Com
isso, o efeito no FPM apenas das desonerações do IPI é de R$ 18,8 bilhões no
período, valor que corresponde a aproximadamente 6,4% de todo o FPM do período.
Já as desonerações do IR impactaram em R$ 58,2 bilhões no mesmo período.
“Apenas nestes cinco anos, foi retirado do Fundo equivalente a um ano do FPM em
desonerações”, lamentou.
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