Além
da denúncia, o MPF pediu ainda o ressarcimento aos cofres públicos no valor de
aproximadamente R$ 156 milhões.
O
Ministério Público Federal informou que apresentou ontem à noite denúncia
contra mais quatro suspeitos de envolvimento no esquema de cartel e pagamento
de propina na Petrobras, descoberto pela operação Lava Jato da Polícia Federal.
Na última quinta (11), o MPF já tinha denunciado 36 pessoas.
Os
quatro suspeitos denunciados na noite de ontem fazem parte do núcleo do PMDB na
Lava Jato. São eles: o ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cuñati
Cerveró; o lobista Fernando Antônio Falcão Soares, mais conhecido como Fernando
Baiano; o doleiro Alberto Youssef; e o executivo da Toyo Setal Júlio Gerin de
Almeida Camargo. Eles
são acusados pelos crimes de corrupção contra o sistema financeiro nacional e
por lavagem de capitais. Os crimes ocorreram entre 2006 e 2012.
Além
da denúncia, o MPF pediu ainda o ressarcimento aos cofres públicos no valor de
aproximadamente R$ 156 milhões, sem prejuízo do confisco de aproximadamente R$
140 milhões provenientes de crime. Busca-se, assim, um retorno de R$ 296
milhões.
Youssef
já fazia parte da lista de 36 denunciados na última quinta pela Procuradoria da
República do Paraná, quando foram acusados de corrupção, lavagem de dinheiro e
organização criminosa.
Propina
para aluguel de navio
Segundo
a nova denúncia da MPF, em 2006, o então diretor da área internacional da
Petrobras Nestor Cerveró e o lobista e operador financeiro Fernando Soares
acertaram com Julio Camargo, da Toyo Setal, o pagamento de vantagens indevidas,
no valor aproximado de US$ 15 milhões (R$ 40,2 milhões).
O
objetivo era viabilizar a contratação, pela Petrobras, do Navio-Sonda Petrobras
100000 com o estaleiro Samsung Heavy Industries no valor de US$ 586 milhões (R$
1,5 milhão). O navio seria utilizado para perfuração de águas profundas na
África.
Após
as negociações — e confirmada a promessa de pagamento da propina —, Cerveró
adotou as providências necessárias, no âmbito da diretoria internacional, para
que a contratação do navio-sonda fosse efetivada.
A
partir de então, Fernando Soares passou a receber a propina combinada e, em
seguida, a repassar uma parte dos valores para Cerveró.
O
esquema se repetiu de forma praticamente idêntica no ano seguinte. Nesta nova
oportunidade, contudo, foi acertado entre Soares, Cerveró e Camargo o pagamento
de vantagens indevidas no montante aproximado de US$ 25 milhões (R$ 64,1
milhões) para a viabilização da contratação do Navio-sonda Vitoria 10000, que
operaria no Golfo do México, com o estaleiro Samsung Heavy. Tal contratação foi
estimada em US$ 616 milhões (R$ 1,6 milhão).
Em
razão dos US$ 40 milhões (R$ 107 milhões) repassados nesses dois anos, a título
de propina, para Fernando Soares e Nestor Cerveró, Júlio Camargo receberia da
Samsung outros US$ 13 milhões (R$ 34,9 milhões) por ter viabilizado os
negócios.
A
partir de agora, a Justiça analisa o caso para ver se aceita a denúncia.
Fonte:
R7
Nenhum comentário:
Postar um comentário