Evento
que teve início na sexta-feira (28) e se encerra no domingo (30) aconteceu no
Hotel Praia Mar, em Ponta Negra.
Especialistas
renomados do Brasil estiveram em Natal, neste final de semana, para discutir
questões envolvendo a prevenção e o combate ao álcool e outras drogas na XVII
Jornada Norte-Riograndense de Psiquiatria. Especialistas defenderam que a
questão da droga não pode ser vista apenas pelo viés da marginalidade. Segundo
eles, existem outros fatores condicionantes que precisam ser levados em
consideração na hora de se discutir políticas de prevenção e combate ao uso de
entorpecentes.
O
Brasil tem, atualmente, 1 milhão de dependentes químicos e 10% deles são
adolescentes. O dado foi apresentado pela Doutora Ana Cecília Marques, médica
psiquiátrica e presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e
Outras Drogas (ABEAD). Segundo ela, a estatística é referente ao consumo de
crack, a droga que mais rápido causa dependência.
A
especialista defende que a questão da droga não pode ser vista apenas pelo viés
da marginalidade. Segundo ela, existem outros fatores condicionantes que
precisam ser levados em consideração na hora de se discutir políticas de
prevenção e combate ao uso de entorpecentes.
O
fator humano é um deles. A especialista explica que a história tem se
encarregado de mostrar que cada nação ou cultura tem sua droga, as quais são
usadas em diferentes rituais, sejam eles de cunho social ou religioso. Outro
fator é o aspecto econômico que permeia o mundo das drogas, o qual se te
mostrado como um perigoso e lucrativo mercado em escala industrial.
A
partir disto, a doutora propõe a criação de uma política robusta e mais
abrangente. “Para um fenômeno novo que a gente entende pouco nos vamos ter que
ficar muito espertos. A gente não pode adotar uma política do tudo ou nada.
Temos que procurar se aprofundar sobre esse fenômeno”, ponderou.
Para
a presidente da ABEAD, tal política deverá levar em conta um caráter
preventivo, que trate daqueles já ficaram dependentes, além de focar no
controle da disponibilidade da droga, começando com uma maior fiscalização na
comercialização das drogas lícitas, pelas quais muitos jovens iniciam sua
jornada no mundo da dependência química.
Ainda
segundo a especialista, o processo de Desenvolvimento de politicas voltadas ao
combate das drogas deve ser trabalho de maneira integrada entre as esferas
municipal, estadual e federal. Tais políticas deverão levar em conta também as
características próprias de cada região.
A
doutora alerta ainda para uma nova onda de drogas sintéticas que começa a
invadir o Brasil. Segundo ela, o país está vivendo uma verdadeira inundação de
drogas de diferentes tipos. “Para se ter uma ideia, o Brasil é o único país da
América Latina onde o consumo das drogas ilícitas aumentou”, destaca ela.
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