MEC diz que as mudanças visam melhorar a
qualidade do ensino, ao exigir nota mínima.
Após as mudanças nas regras do Fundo de
Financiamento Estudantil (FIES), as universidades privadas, que são as
principais beneficiadas pelo programa do governo federal, preparam uma proposta
de mudança na concessão do financiamento e devem apresentá-la até o final de
maio ao Ministro da Educação.
As principais mudanças implementadas pelo
governo federal foram a exigência da pontuação mínima de 450 pontos no ENEM e
não zerar a redação. Segundo o Ministério da Educação (MEC), cerca de 30% dos
alunos não atingiram esse patamar exigido. Na prática, isso representa uma
redução no número de alunos que estariam elegíveis ao FIES.
Um grupo formado com as 30 maiores universidades
privadas, preocupado com a possível redução na receita das instituições, afirma
que frearão projetos de expansão, melhoria de instalações e criação de novos
cursos. As universidades estimam que perderão cerca de 15% de novos alunos, o
que representaria cerca de 35% no faturamento com o FIES.
O MEC diz que as mudanças visam melhorar a
qualidade do ensino, ao exigir nota mínima, e priorizar bons cursos, além de
reduzir custos do programa.
Novo modelo:
O economista Samuel Pessôa, colunista da
Folha, foi contratado pela Associa~ção Brasileira para o Desenvolvimento do
Ensino Superior (ABRAES), para elaborar o projeto com as possíveis mudanças no
FIES. A proposta inicial seria desenhar um modelo de financiamento duplo.
Segundo Pessôa, uma parte teria subsídio do
governo, mas adotaria critérios de renda para selecionar os candidatos, e a
outra parte contaria com a participaçã maior do setor privado na concessão dos
novos empréstimos e cobraria juros mais altos do que o primeiro.
Com base nesse modelo, a camada da população
com renda mais elevada também poderia se beneficiar do programa e teria a opção
de pagar parte do financiamento ao longo do curso.
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