Fundo
Previdenciário detém as contribuições dos que entraram a partir de 2006,
enquanto o Fundo Financeiro é deficitário.
O
Projeto de Lei de autoria do governo do estado que unifica os fundos financeiro
e previdenciário, que tramita na Assembleia legislativa, provocou polêmica
envolvendo as três esferas de poder: o legislativo, o executivo e o judiciário.
Enquanto o secretário estadual de Planejamento, Obery Rodrigues, defende a
proposta, o desembargador do Tribunal de Justiça do RN Cláudio Santos, o conselheiro
do Tribunal de Contas do Estado Carlos Thompson e o deputado estadual Fernando
Mineiro se posicionam contra o projeto.
O
Fundo Financeiro comporta os servidores que ingressaram até 2005. Já o Fundo
Previdenciário detém as contribuições dos que entraram a partir de 2006.
Enquanto o Fundo Financeiro é deficitário, o Previdenciário tem superávit. Em
agosto deste ano, o Fundo Financeiro tinha um déficit de R$ 1,3 bilhão. Já o
Fundo Previdenciário mantinha um superávit de R$ 871,21 milhões naquela data. O
governo é obrigado a suprir o déficit do fundo financeiro.
Segundo
Fernando Mineiro, que faz parte da equipe de transição do governador eleito
Robinson Faria (PSD), a proposta é uma tentativa do governo de mexer nos
recursos da previdência. “O governo tentou pelo Tribunal de Justiça, mas não
conseguiu. E agora esse documento de extrema importância e alta complexidade
lamentavelmente chega a essa Casa. É a terceira tentativa de modificação do
regime de previdência própria dos servidores e terceira investida do atual
governo”, avaliou o deputado.
Para
o petista, Rosalba está tentando usar dinheiro dos servidores para quitar débitos
que não são deles. “Isso irá acabar num passe de mágica com o déficit no fundo
financeiro, mas é cobrir dívidas que não foram feitas pelos servidores. Um
debate dessa importância não pode ser tratado no final de um governo que sequer
conseguiu administrar o estado nos últimos quatro anos. É um assalto à
previdência do Estado para dizer que pagou os servidores”, avaliou.
Já
Obery Rodrigues, disse que a medida não visa usar o dinheiro da previdência
para o pagamento dos servidores. “A unificação dos fundos não será para pagar
aos servidores. O próprio IPERN é que vai se encarregar de promover a junção e
com esses recursos cumprir suas obrigações. Esses recursos sequer vão transitar
pela conta única do estado do Rio Grande do Norte”, afirmou o secretário.
Segundo
Obery, a proposta já foi aplicada em outros estados brasileiros, como Minas
Gerais. “É uma medida no sentido de promover o reequilíbrio, ainda que
temporário, há de se admitir, do regime previdenciário dos servidores do Rio
Grande do Norte”, enfatizou.
O
secretário disse acreditar que, com diálogo, o governo pretende fazer as
instituições entenderem a necessidade de aprovação do Projeto. Eu acho que está
faltando um maior esclarecimento em relação a essa questão. Certamente, quando
esses esclarecimentos forem prestados, essas duas instituições – na verdade
foram posições pessoais do desembargador Cláudio Santos e do Conselheiro Carlos
Thompson – possam ter entendimento melhor quanto à unificação desses dois
fundos”, finalizou.
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