Os agentes penitenciários do Rio Grande do
Norte darão início nesta quinta-feira (31) a uma paralisação por tempo
indeterminado. A decisão de greve ocorreu após o diálogo com o Governo do
Estado não ter avançado como previa a categoria. Na sexta-feira da semana
passada, os agentes foram informados que o Executivo não teria condições de
atender as reivindicações. "Fomos comunicados que o Governo iria priorizar
outros setores. Sinceramente, acho impossível algum mais precário que o Sistema
Prisional", opinou Vilma Batista, presidenta do Sindicato dos Agentes
Penitenciários (Sindasp/RN).
O clima nos presídios do Estado, que já é
considerado tenso, pode se agravar com a diminuição do efetivo nas unidades.
"Infelizmente não é o que a gente queria, mas não houve compromisso e a
categoria votou pela paralisação por tempo indeterminado", acrescentou
Vilma. A presidenta do Sindasp esclareceu como funcionará a quantidade de
efetivo durante o período da greve: "Não podemos deixar apenas os 30% do
efetivo, mesmo que isso esteja previsto em lei, por uma questão de segurança.
Os agentes se revezarão para que a porcentagem seja maior". Visitas,
inspeção em alimentos para presos e audiências podem ser suspensas.
A categoria reivindica melhores condições de
trabalho, através de reformas nas estruturas físicas de unidades prisionais.
Além disso, também reclama a nomeação de 55 agentes, já formados e prontos para
reforçar o efetivo considerado deficitário, e um curso de formação para outros
500 aprovados em concurso. Para a guarda de mais de 7 mil presos em todo o Rio
Grande do Norte, há pouco mais de 900 agentes. Também na pauta está o reajuste
salarial. "Lutamos por um projeto de lei para que o nosso salário seja uma
parcela única e não dependa de gratificações, semelhante a um subsídio.
Queremos que o projeto tramite para que possa ser encaminhado para aprovação na
Assembleia Legislativa", afirmou Vilma.
Representantes do Sindasp foram convocados para uma
reunião com o secretário interino da Sejuc, Aldair da Rocha, para tentar
encontrar um caminho de solução. Até o final da manhã desta quarta-feira, ainda
não havia alteração quanto à decisão de greve.
Tribuna do Norte
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