Defensor da empresa critica fala da
procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e do senador Renan Calheiros
sobre punições à empresa
A Vale, dona da mina do Córrego do Feijão, em
Brumadinho, Minas Gerais, “não vê responsabilidade” sobre o rompimento da
barragem da cidade, que até o começo da tarde havia resultado em 60 mortes, e
já enviou à Justiça mineira pedido de reconsideração sobre as decisões que
bloquearam R$ 11 bilhões da empresa para garantir as compensações pelo desastre.
As informações são do advogado Sergio Bermudes, um dos principais defensores
contratados pela empresa.
Já a assessoria de imprensa da empresa, por sua
vez, afirma que “não autorizou nem autoriza terceiros, inclusive advogados
contratados, a falar em seu nome” e ressalta, “de forma enfática, que
permanecerá contribuindo com todas as investigações para a apuração dos fatos e
que esse é o foco de sua diretoria, juntamente com o apoio às famílias
atingidas.”
“A Vale não vê responsabilidade. Nem por dolo,
que é infração intencional da lei, nem por culpa, que é a infração da lei por
imperícia, imprudência ou negligência. Ela atribui o acontecido a um caso
fortuito que ela está apurando ainda”, afirmou advogado ao Estado.
Bermudes atacou falas do senador Renan
Calheiros (MDB), provável candidato à Presidência do Senado que. neste domingo,
27, defendeu pelo Twitter que a diretoria da Vale fosse afastada. “Eu acho que
a declaração do senador Renan Calheiros é uma declaração leviana que, na
aparência, parece que quer tirar dividendos políticos do sofrimento causado
pelo fato”, disse o advogado. “Também não tem nenhuma procedência a ideia de
que haverá intervenção do governo na Vale. De acordo com o artigo 37 da
Constituição, o governo tem de agir no estrito termo da legalidade. Não há
nenhuma lei que permita a intervenção. A Vale é uma empresa privada, de
propriedade da Previ, via Litel, do Bradesco, via Bradespar, do BNDES, via
BNDESpar, da Mitsui e de inúmeros outros acionistas.”
Agência Estado
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