Contatos

Contatos

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Com Dilma acuada, o PMDB revive os bons momentos da Nova República!

Da tribuna do Senado ontem (12), o senador Cássio Cunha Lima do PSDB da Paraíba ressaltou um detalhe importante no debate sobre eventual impeachment de Dilma Rousseff: se a presidente for afastada quem assume o comando do país é o PMDB por meio do vice-presidente Michel Temer.
Coincidência ou não, o presidente do Senado, Renan Calheiros do PMDB de Alagoas e outros líderes do partido comentaram esta semana com interlocutores do Planalto que estão impressionados com o aumento da discussão sobre o impeachment nos Estados. Segundo eles, o assunto tem ganhado força.

O PMDB de Renan tem reiterado o apoio a Dilma, mas o partido tem seus interesses na sucessão da presidente da República. Eu diria mais: a legenda de Renan é peça fundamental no atual momento de crise política combinada com o ajuste na economia.

O PMDB tem o vice-presidente da República e continua presidindo as duas casas do Congresso Nacional. Só isso dá uma ideia da força do PMDB.

A banda de Renan diz estar com o Planalto, mas a do Eduardo Cunha é hostil a Dilma, e tem demonstrado isso em sucessivas votações e arranjos de comissões na Câmara dos Deputados. O deputado carioca, novo presidente da Câmara, é um dos políticos mais poderosos de Brasília neste momento.

Se não for alcançado pelas denúncias do petrolão, algo pouco provável nessa altura dos depoimentos à Justiça, Eduardo Cunha seguirá com a faca nos dentes para infernizar a vida da presidente.

Dilma vai comer na mão de Eduardo Cunha por um motivo muito simples: cabe ao presidente da Câmara aceitar ou não o pedido de impeachment. Por enquanto, o presidente da Câmara tem repetido que não vê motivos para abrir processo contra a presidente. Até quando ele vai manter essa posição?

Olha, um provável julgamento da presidente Dilma Rousseff, como ocorreu com Fernando Collor em 1992, se dará por questões políticas. A base do governo está esfacelada. O ambiente anda nebuloso para Dilma.

O PMDB pode repetir agora o momento vivido na Nova República. Naquela ocasião, o presidente José Sarney era refém do PMDB de Ulysses Guimarães. Hoje, Dilma está refém do PMDB de Eduardo Cunha e de Renan Calheiros.

Com a presidente Dilma enfraquecida e com o PT sob forte questionamento ético por causa do petrolão, o PMDB está dando as cartas no jogo político de Brasília. Disso ninguém tem dúvida.

O partido pode optar em controlar o governo do jeito que faz hoje, ou embarcar num processo de impeachment para afastar Dilma e entregar o poder a um filiado da legenda, o vice-presidente Michel Temer.

Se a vaidade prevalecer, Temer pode se colocar como alternativa de poder. Se não houver ambiente político para o impeachment, o PMDB manterá total controle nas principais ações do governo da presidente Dilma Rousseff.


Diógenes Dantas

Nenhum comentário:

Postar um comentário